Mpox: como é feito o teste para diagnosticar a doença?
Da testagem ao resultado, conheça como é feito o diagnóstico de mpox
Desde o início do ano, foram registrados 945 casos confirmados ou prováveis de mpox no Brasil, superando os 853 casos contabilizados em todo o ano de 2023. As informações foram divulgadas no relatório semanal de casos pelo Ministério da Saúde na terça-feira (3).
De acordo com o Ministério da Saúde, a região Sudeste foi a mais afetada do país, somando 763 casos, o que representa 80,7% do total de casos. São Paulo tem 487 casos (51,5%); Rio de Janeiro, 216 casos (22,9%); Minas Gerais, 52 casos (5,5%) e a Bahia com 39 casos (4,1%). Não houve registro de casos confirmados ou prováveis no Amapá, Tocantins e Piauí.
Entre os sintomas comuns à doença, estão erupção cutânea ou lesões de pele, ínguas, febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza. Porém, para confirmar ou descartar, o único caminho é a testagem.
Como é feito o teste?
O diagnóstico da mpox é realizado de forma laboratorial, por teste molecular ou sequenciamento genético.
O teste para diagnóstico laboratorial deve ser realizado em todos os pacientes com suspeita da doença. Os casos suspeitos, prováveis e confirmados devem ser imediatamente isolados, não sendo necessário aguardar o resultado positivo para iniciar o isolamento.
A Saúde explica que a amostra a ser analisada será coletada, preferencialmente, das secreções das lesões. Se as lesões já estiverem secas, o material encaminhado são as crostas das lesões. Também é possível realizar coleta por meio swab de orofaringe (boca e garganta) e swab anal ou genital, nos casos em que o paciente não apresenta lesões na pele ou mucosas.
O teste molecular é um método de diagnóstico laboratorial que permite identificar a presença do material genético do vírus em uma amostra. Já o sequenciamento genético é uma técnica mais complexa, onde é realizada a identificação de bases do DNA. Com esse mapa genético, é possível comparar o genoma do vírus com outros disponíveis nas bases de dados.
A previsão para o resultado do teste molecular é de até 72 horas após o recebimento da amostra no laboratório de referência. Em caso de necessidade de realização do sequenciamento genético, este resultado é liberado em até cinco dias após o resultado do teste molecular.
O Ministério da Saúde informa que um diagnóstico complementar deve ser realizado considerando as seguintes doenças:
- Varicela Zoster;
- Herpes Zoster;
- Herpes Simples;
- Infecções Bacterianas Da Pele;
- Infecção Gonocócica Disseminada;
- Sífilis Primária Ou Secundária;
- Cancróide;
- Linfogranuloma Venéreo;
- Granuloma Inguinal;
- Molusco Contagioso;
- Reação alérgica e quaisquer outras causas de erupção cutânea papular ou vesicular.
“Há relatos esporádicos de pacientes coinfectados com o MPXV e outros agentes infecciosos, portanto, pacientes com erupção cutânea característica devem ser investigados mesmo quando outros testes sejam positivos”, afirma.
Para quem testou positivo, a conduta recomendada é a manutenção do isolamento até desaparecimento das crostas e a completa cicatrização da pele, sem a necessidade de um novo teste.