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Mudanças de humor mais leves: entenda o transtorno da ciclotimia

5 nov 2024 - 02h38
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O transtorno é raro e afeta entre 0,5% a 1% da população

O ator Theodoro Cochrane declarou em entrevista ao podcast "Desculpa Alguma Coisa" ter sido diagnosticado com ciclotimia. Segundo a médica Fernanda Rizzo (CRM-ES 15.099), trata-se de um transtorno do espectro bipolar, caracterizado por episódios de hipomania e depressão leve. Ela comenta que a transição de depressão à euforia de forma mais abrupta pode ser um indicador desse transtorno, no entanto, é importante lembrar que na ciclotimia, as oscilações de humor tendem a ser mais leves. "As mudanças de humor podem ser mais rápidas, mas não chegam a ser tão intensas quanto as que observamos no transtorno bipolar. O que diferencia a ciclotimia é justamente essa alternância entre fases de energia elevada e momentos de baixa, sem atingir extremos e com duração mais curta", explica.

A médica conta que a doença pode se manifestar na infância e adolescência, entretanto é mais frequentemente diagnosticada na fase adulta. Rizzo reforça que em crianças e adolescentes, é comum que essas oscilações de humor sejam confundidas com comportamentos típicos da puberdade, como rebeldia ou teimosia, o que pode atrasar bastante o diagnóstico.

Sintomas característicos

De acordo com a médica, na fase de hipomania, o paciente pode sentir uma energia elevada, euforia, maior produtividade, diminuição da necessidade de sono e, muitas vezes, impulsividade. Já na fase depressiva, são vistos sintomas como tristeza, baixa autoestima, fadiga e perda de interesse em atividades que normalmente davam prazer ao indivíduo. "O interessante é que essas oscilações, apesar de serem menos intensas, podem se repetir ao longo do tempo, causando um impacto na qualidade de vida da pessoa", aponta.

Tratamento

Rizzo observa que o tratamento combina psicoterapia, sendo a terapia cognitivo-comportamental uma das mais indicadas, além de medicação. Ela pontua que estabilizadores de humor, como o lítio, e alguns antiepilépticos são comumente usados para regular essas oscilações. Em alguns casos, podem ser utilizados antidepressivos, mas sempre com cuidado para não desencadear uma fase de hipomania. Ademais, mudanças no estilo de vida, como manter um sono regular, praticar exercícios e evitar substâncias que agravam os sintomas, como álcool e drogas, são fundamentais.

Ciclotimia pode ser confundido com outros transtornos

Conforme a médica, é algo que pode ser bastante confundido, como, por exemplo, com o transtorno bipolar. Porém, as oscilações desse transtorno de humor são mais intensas, pois as fases de mania e depressão são muito mais graves do que na ciclotimia.

Outra confusão comum é com o transtorno de personalidade borderline, que também envolve mudanças de humor rápidas. No borderline, essas oscilações estão mais relacionadas a eventos externos, situações específicas desencadeadoras e conflitos em relações interpessoais. Já na ciclotimia, os ciclos de humor são mais internos e constantes.

Foto: Márcia Piovesan

Dra. Fernanda Rizzo - Foto divulgação

Além disso, Rizzo ressalta que diferenciar da depressão é essencial. Na ciclotimia, os episódios de depressão são mais leves e intercalados com períodos de hipomania. No transtorno depressivo maior, não há episódios de hipomania. "Também pode ser confundido com transtornos de ansiedade, mas o que predomina na ciclotimia são as variações de humor", finaliza.

Márcia Piovesan
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