Mulheres grávidas podem gastar quase 50 mil calorias na gestação
Maior parte da energia é usada para desenvolver e carregar o feto, e não acaba no bebê
Um estudo publicado na revista científica Science estimou que 50 mil calorias são gastas durante uma gravidez, o que enfatiza o custo energético indireto e a quantidade de energia dissipada durante o desenvolvimento do feto.
É comum que uma gravidez seja exaustiva. Mas pouco se sabia exatamente quanto de energia é usado no processo de gestação. Em um estudo publicado na revista científica Science, pesquisadores estimaram que uma gravidez pode consumir quase 50 mil calorias. O dado é maior do que as estimativas anteriores.
Até então, grande parte da comunidade científica acreditava que a maioria da energia ia para o desenvolvimento do feto. Mas o estudo concluiu que a maior parte de energia necessária em uma gravidez é gasta indiretamente, principalmente no caso dos mamíferos.
Apenas cerca de 10% da energia acaba no próprio bebê. A maior parte da energia é dissipada. Ou seja, o custo indireto, decorrente da energia gasta para abastecer o corpo das mulheres, é o mais alto durante uma gestação. "Mostramos que as demandas energéticas da reprodução excedem as suposições padrão", diz a pesquisa.
O biólogo Dustin Marshall, um dos cientistas envolvidos na pesquisa, disse ao The New York Times que "o bebê em si se torna um erro de cálculo (...) Demoramos um pouco para entender isso".
Dados do período entre a fertilização e o nascimento de diferentes seres foram considerados no estudo. O principal autor da pesquisa, Samuel Ginther, explicou à CNN que o estudo "atribuiu valores explícitos a esses custos em uma ampla gama de espécies — desde insetos até lagartos e humanos”.
Além do tamanho do animal, os pesquisadores descobriram que o metabolismo também tem uma grande influência na quantidade de energia gasta. Espécies com sangue quente – como no caso dos seres humanos – usam mais energia do que aqueles com sangue frio.
Em entrevista ao jornal Popular Science, Ginther disse que o estudo "desafia diretamente a maioria dos modelos biológicos de crescimento animal e suas histórias de vida”.