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Músculos fortes podem deixar o cérebro mais saudável; entenda

Estudos recentes mostram que o fortalecimento dos músculos vai além da estética e garante benefícios também para a saúde cerebral

2 set 2022 - 16h03
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Fortalecer os músculos contribui para a saúde do cérebro
Fortalecer os músculos contribui para a saúde do cérebro
Foto: Shutterstock / Sport Life

Engana-se quem acredita que a musculação só traz benefícios estéticos. Por muito tempo, os indivíduos que dedicam tempo para cuidar do corpo tiveram seu intelecto descredibilizado. Mas, na verdade, fortalecer os músculos contribui para a formação de novos neurônios e, assim, para o desenvolvimento cerebral.

É o que mostram estudos recentes. Diferentes pesquisas demonstram que manter o músculo ativo e uma rotina de exercícios colabora com a saúde do cérebro. Isso porque auxilia na prevenção de perdas cognitivas.

Miocinas

De acordo com o MIT Technology Review, portal especializado em tecnologia, é o músculo esquelético que permite o movimento do corpo. Ele também é um tecido endócrino, portanto libera moléculas de sinalização - que dizem para outras partes do corpo o que elas devem fazer.

Essas moléculas são chamadas de miocinas. Elas são liberadas na corrente sanguínea cada vez que os músculos se contraem. Em um estudo, cientistas mostraram que algumas miocinas participam do controle das funções cerebrais, como aprendizado, memória e humor. Além disso, elas também podem atuar como mediadoras e desencadear processos benéficos no cérebro em decorrência do exercício físico, como a formação de novos neurônios, apontou o MIT.

Outra pesquisa voltada às miocinas descobriu que elas têm efeitos neuroprotetores contra lesões de isquemia e doenças neurodegenerativas, incluindo o Alzheimer. Aliás, evidências indicam que ser ativo fisicamente reduz o risco da demência e desacelera o declínio cognitivo em adultos mais velhos ou que já possuem doenças e danos cerebrais existentes. Isso porque a atividade física, de alguma forma, impede a formação de placas e emaranhados prejudiciais ao cérebro, um dos sinais clássicos da doença.

Atividade física e saúde cerebral

Outra forma de diminuir o risco de desenvolvimento do Alzheimer é praticar atividades físicas moderadas, como apontam as pesquisas. Quanto mais tempo investido nos exercícios, maior é a produção de glicose no cérebro, ou sua transformação em combustível. Isto, por sua vez, está diretamente relacionado à prevenção de doenças neurodegenerativas.

Um outro estudo, publicado pelo Instituto Nacional de Envelhecimento dos EUA, revelou que o exercício estimula o cérebro a manter antigas conexões de rede e fazer novas que são vitais para a saúde cognitiva. Além disso, os cientistas acreditam que o exercício aeróbico, como uma caminhada, é mais benéfico para o cérebro do que os não aeróbicos, de alongamento e tonificação.

Ao considerar a idade, pesquisadores descobriram que o hipocampo (estrutura localizada nos lobos temporais) encolhe na fase adulta, o que leva ao aumento das chances de demência, além de problemas de memória. Porém, eles verificaram que o treinamento anaeróbico (de alta intensidade e curta duração) aumenta o tamanho do hipocampo, melhorando a memória espacial (parte responsável por registrar informações sobre o entorno e localizações).

Idade e desenvolvimento dos músculos

Ainda levando em consideração a faixa etária de cada indivíduo, os pesquisadores concluíram que é mais natural para os jovens saudáveis o aumento dos músculos. Isso porque os movimentos musculares de um indivíduo nessas condições ativam diversas vias químicas do músculo, que estimulam a produção de proteínas integradas às fibras musculares. Isto faz com que o músculo aumente de tamanho.

No caso das pessoas mais velhas, isso pode não ser tão fácil. Os sinais enviados pelos movimentos, e que incentivam o crescimento do músculo, são muito mais fracos. Por essa razão, é mais complicado para idosos ganharem e manterem a massa muscular. Mas é possível, e essa tentativa é crucial para dar suporte ao cérebro.

Sport Life
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