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Não há evidências científicas de que o leite seja inflamatório, diz médico

Intolerância autopercebida não confirmada clinicamente pode levar a perdas nutricionais

30 ago 2024 - 06h50
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Resumo
Leite é considerado uma importante fonte de cálcio para os ossos, com benefícios em diferentes fases da vida, e não há evidências científicas de que seja inflamatório.
Não há evidências científicas de que leite seja inflamatório, diz médico:

Leite é inflamatório? O que há de verdade nisso? “O leite é a melhor fonte de cálcio para os ossos. Nós que cuidamos de pacientes com osteoporose nos preocupamos demais com essa ‘moda’ de eliminar o leite da dieta sem indicação médica para isso. Os prejuízos para a massa óssea são imensos”, comenta Sergio Maeda, médico endocrinologista e presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso).

Reconhecido por seu alto valor nutricional, o leite é uma fonte importante de nutrientes, fundamental para uma dieta balanceada e o crescimento saudável. A disseminação de informações sem respaldo científico, especialmente nas redes sociais, tem gerado incertezas entre consumidores e profissionais de saúde, ocasionando essa mudança comportamental salientada pelo médico.

Por conta dos aspectos nutricionais envolvidos no consumo do leite de vaca, associações ligadas a nutrologia e nutrição publicaram recente consenso sobre o consumo de leite pelos humanos com base em evidências científicas.

Confira os principais trechos deste consenso, que se refere ao consumo de leite para crianças a partir de um ano de idade (na impossibilidade de amamentação), adolescentes, adultos e idosos.

Consumo de leite de vaca

• O leite de vaca é adequado para o consumo humano devido à capacidade evolutiva e adaptativa dos humanos.

• Fonte relevante de proteínas, vitaminas e, principalmente, a principal fonte alimentar de cálcio.

Benefícios do consumo de leite nas diferentes fases da vida

• Alta densidade nutricional, fornecimento de proteínas, cálcio e componentes funcionais.

• Auxilia no crescimento e estruturação óssea na infância e adolescência.

• Reduz o risco de osteopenia, osteoporose, doenças crônicas (diabetes, obesidade), doenças cardiovasculares, hipertensão.

• Previne a sarcopenia na senescência.

“Gestantes e lactantes também precisam de aporte de cálcio, preferencialmente por meio da alimentação, pois sem isso há importante prejuízo para o osso materno, inclusive, já atendi pacientes com fratura vertebral em razão da exclusão do leite na dieta da mãe”, conta Maeda.

Relação entre leite de vaca e inflamação

• Não há evidências científicas de que o leite seja inflamatório.

• Estudos indicam que a ingestão de laticínios pode melhorar biomarcadores inflamatórios.

• O consumo de leite só está associado a inflamações em pessoas com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV).

Leite de vaca e intolerância à lactose

• O consumo de leite de vaca não aumenta o risco de desenvolver intolerância à lactose.

• Maior consumo de leite pode reduzir o risco de intolerância à lactose.

• Intolerância autopercebida não confirmada clinicamente pode levar a perdas nutricionais.

• Pacientes diagnosticados com intolerância geralmente toleram até 12 g de lactose sem sintomas.

Tipos de leite de vaca disponíveis no mercado

• Diferenciados pelo teor de gordura: integral, semidesnatado e desnatado.

• Adição/exclusão de nutrientes específicos ou tratamento térmico (pasteurizado, UHT).

• Indicação para cada tipo de leite deve ser avaliada individualmente.

Segurança do leite de vaca UHT

• Processo altamente seguro e validado desde o século 20.

• Tratamento térmico seguido de resfriamento e envase em embalagens assépticas garante maior vida útil e segurança microbiológica.

Orientações para o consumo de leite de vaca

• Importante em todas as fases da vida: infância, adolescência, gestação, adultos e idosos.

• Recomendado por diretrizes internacionais e guias alimentares.

• Inclusão na rotina alimentar dos brasileiros deve ser incentivada, salvo contraindicações.

“Vale lembrar que as orientações alimentares devem ser personalizadas, levando em conta as necessidades nutricionais e condições de saúde individuais. Mas o mais importante é acabarmos com essas informações sem respaldo científico e que acabam virando moda e prejudicando a saúde dos brasileiros”, finaliza Maeda.

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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