No mundo, há 153 drogas e vacinas em teste para o novo coronavírus
Maioria dos remédios, porém, ainda está em fase muito inicial dos estudos; trabalhos que mais avançaram foram com os antimaláricos cloroquina e a hidroxicloroquina, mas as drogas têm se mostrado pouco eficazes para tratar a doença
Atualmente, não existem tratamentos ou vacinas aprovados para a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, que matou mais de 440 mil pessoas em todo o mundo. No Brasil já são mais de 45 mil vítimas.
Mas, até o início de junho, havia 153 drogas e vacinas sendo testadas em 1.765 estudos com pacientes que contraíram covid-19. A maioria dos remédios, porém, ainda está em fase muito inicial dos estudos. Alguns dos trabalhos que mais avançaram foram com os antimaláricos cloroquina e a hidroxicloroquina, mas os resultados são pouco animadores. As drogas têm se mostrado pouco eficazes para tratar a doença.
"Diferentemente da cloroquina, a dexametasona é um medicamento com plausibilidade biológica para que seja adjuvante no tratamento da covid-19. Os resultados anunciados mostram diferença expressiva de mortalidade. No entanto, para que essa medicação seja realmente tão efetiva na vida real quanto foi no estudo científico, os cuidados intensivos oferecidos em nossas UTIs precisam ser de alta qualidade. O básico precisa ser bem feito para que a dexametasona possa realmente salvar um terço dos tratados", afirma o médico e pesquisador Ricardo Schnekenberg, que tem acompanhado os estudos clínicos contra a doença.
Outra droga que chama atenção é o antiviral remdesivir, usado originalmente contra o ebola. Estudo preliminar publicado em 22 de maio no New England Journal mostrou que o tempo de recuperação em pacientes hospitalizados por coronavírus foi menor (11 dias) para aqueles que tomaram o medicamento em comparação com os pacientes que receberam placebo (15 dias). A mortalidade foi menor, mas não significativamente.
Também se destaca o tocilizumabe, que impede a chamada tempestade inflamatória, mas o estudo feito com o remédio até agora teve poucos pacientes. O Brasil também está testando o medicamento.