No Rio, presidente da França chama atenção com corrida matinal; conheça os benefícios da prática
Cardiologista lista principais vantagens da atividade física adotada por Emmanuel Macron
Quem estava na Praia de Ipanema na manhã desta terça-feira, 19, pode ter se deparado com uma figura ilustre no calçadão. No Rio de Janeiro para a reunião da Cúpula de Líderes do G20, o presidente Emmanuel Macron foi visto fazendo uma corrida pela orla. Cercado por seguranças, o chefe de Estado foi simpático e até chegou a acenar para um cinegrafista durante o percurso.
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Seja no Brasil ou no país europeu, fato é que a corrida matinal pode trazer diversos benefícios à saúde, como explica a cardiologista Paola Smanio, do Grupo Fleury, da Diagnoson a+ na Bahia. Reduzir a pressão arterial, controlar o colesterol, ajudar no controle da glicemia, prevenir doenças como diabetes, melhorar o condicionamento físico, fortalecer o coração, diminuir estresse…A lista é grande, segundo a especialista.
“A corrida matinal ajuda no controle dos níveis de pressão arterial porque você vai estar se impondo gradativamente a um treinamento para o seu coração, e isso faz com que vá diminuindo o risco de eventos como infarto e AVC, as principais causas de morte no mundo”, afirma.
Da medicina para a vida pessoal, Paola conta que é praticante assídua da atividade física. Corredora há mais de 30 anos, ela conta que a prática ajudou não só a proteger sua saúde, como também a estabelecer vínculos sociais. “Eu viajei o mundo inteiro correndo, fiz vários amigos. Quando comecei, poucas pessoas participavam de provas, hoje, todo final de semana tem, com várias distâncias, em todas as cidades e enfim, quem caminha também participa. Já corri mini maratona, provas de revezamento em grupo…Isso é muito legal”.
Como ter os benefícios da corrida matinal?
Tênis no pé e água nas mãos, é hora de correr? Antes de partir para a ação, é preciso tomar alguns cuidados para garantir os benefícios da corrida matinal. A médica lembra que, antes de iniciar a prática, pessoas com fatores de risco, como obesidade, diabetes, hipertensão, histórico de tabagismo ou antecedentes familiares de doenças cardíacas, devem passar por uma avaliação médica. Exames como eletrocardiograma ou teste ergométrico são recomendados para garantir a segurança.
E para o benefício ser efetivo, a corrida tem que ser constante. O “atleta de fim de semana” corre mais riscos de sofrer lesões ou problemas cardíacos, como arritmias. Por isso, é fundamental manter uma rotina de treinos distribuída ao longo da semana, assim, o corpo se adapta de forma segura e contínua aos desafios impostos pela corrida.
E de manhã é melhor para correr? Paola pondera: “Isso é muito individual, não existe um melhor horário, mas normalmente as pessoas que já têm doença cardiovascular ou alguma obstrução devem evitar os períodos bem cedo de manhã, ou mais à noite, quando faz mais frio, porque ele faz com que as artérias contraiam, e aí, se a pessoa tiver alguma obstrução, pode provocar o evento cardiovascular”.
Quantos quilômetros devo correr de manhã?
Quem acompanhou a comitiva presidencial viu que, até por volta das 7h, Macron já havia percorrido pelo menos, três quilômetros. Paola diz que não existe uma quilometragem ideal na corrida matinal e que isso depende de cada corpo.
“Existem pessoas muito competitivas, que querem sempre fazer o que os outros fazem. Mas o aumento da quilometragem tem que ser gradativo, a pessoa precisa ter esse hábito com regularidade e ir aumentando aos poucos, colocar roupas leves, uma alimentação adequada. O ideal é que ela não faça um exercício muito intenso, completamente em jejum, que ela pode ter uma hipoglicemia [redução dos níveis de açúcar (glicose) no sangue]”.
Por fim, não se deve esquecer de alongamento e, claro, da hidratação. “É muito importante a hidratação, a reposição de eletrólitos que são perdidos pela sudorese. Quando eles não são repostos, podem provocar arritmias cardíacas. Então, precisa ser tudo com bom senso, bem orientado, supervisionado, para que a pessoa possa alcançar os objetivos sem ter nenhum prejuízo, nem cardiovascular e nem osteoarticular”.