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Novo coronavírus é incluído em triagem para doação de sangue

Outras variações de coronavírus, como Sars e Mers, também foram incluídas; dengue, chikungunya e zika já fazem parte de processo

28 fev 2020 - 10h22
(atualizado às 11h08)
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SÃO PAULO - O novo coronavírus, o Covid-19, foi incluído nos critérios de triagem para doação de sangue pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Saúde. A análise — que já avalia a presença dos vírus da dengue, chikungunya e zika — também vai verificar a presença de outras variações de coronavírus, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers).

Novo coronavírus é incluído em triagem para doação de sangue, define Anvisa
Novo coronavírus é incluído em triagem para doação de sangue, define Anvisa
Foto: LuAnn Hunt/Unsplash

A nova orientação também determina que pessoas que estiveram em países com transmissão local dos vírus só poderão doar sangue 30 dias após o retorno dessas regiões. A mesma regra vale para quem teve contato com casos suspeitos ou confirmados da doença. O Brasil tem, até o momento, um caso confirmado de infecção pela doença.

Para quem teve o novo coronavírus, Sars ou Mers, a agência informa que será necessário esperar um prazo de 90 dias após a completa recuperação para que a pessoa possa fazer a doação.

"Já os candidatos que tiveram resfriado comum ou infecções de vias respiratórias causadas eventualmente por coronavírus, mas sem histórico de viagem para regiões endêmicas ou contato com pessoas provenientes destas áreas, não deverão ser considerados de risco para a infecção desses novos vírus. A Anvisa e o Ministério da Saúde informam que não existe evidência, até o presente momento, de transmissão transfusional dos coronavírus e que, por este motivo, a ação é realmente preventiva", informa nota da agência.

Segundo a agência, a medida se baseia na legislação de saúde brasileira, que prevê atualizações nos critérios de seleção de doadores de sangue em situações de emergências e surtos epidêmicos.

Regras para dengue, chikungunya e zika

Para dengue e chikungunya, o prazo de inaptidão é de 30 dias. Se o paciente teve dengue hemorrágica, o prazo será de seis meses após a completa recuperação. No caso de infecção por zika, a restrição é por 120 dias.

Para essas doenças, há ainda regras para casos de contato sexual com pacientes infectados. Para dengue e chikungunya, quem teve relações sexuais com pessoa que teve a doença nos últimos 30 dias, deve esperar um mês para doar.

"Candidatos à doação de sangue que tiveram contato sexual com pessoas que apresentaram diagnóstico clínico e/ou laboratorial de zika nos últimos 90 dias, deverão ser considerados inaptos pelo período de 30 dias após o último contato sexual com essas pessoas", informa a nota técnica da Anvisa e do Ministério da Saúde.

Quem pode doar sangue?

Segundo a Fundação Pró-Sangue, instituição ligada à Secretaria de Estado da Saúde, pessoas de 16 a 69 anos com boas condições de saúde e que pesam mais de 50 kg podem doar sangue. A triagem verifica impedimentos temporários e definitivos para doação.

Requisitos básicos

  • Estar em boas condições de saúde
  • Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos têm de preencher um formulário de autorização)
  • Pesar no mínimo 50kg
  • Estar descansado (ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas)
  • Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas quatro horas que antecedem a doação)
  • Apresentar documento original com foto recente

Intervalos para doação

  • Homens: 60 dias (máximo de quatro doações nos últimos 12 meses)
  • Mulheres: 90 dias (máximo de três doações nos últimos 12 meses)

Impedimentos temporários

  • Resfriado: aguardar sete dias após desaparecimento dos sintomas
  • Gravidez
  • Parto: 90 dias após parto normal e 180 dias após cesariana
  • Amamentação:se o parto ocorreu há menos de 12 meses
  • Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação
  • Tatuagem/maquiagem definitiva nos últimos 12 meses
  • Situações nas quais há maior risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis: aguardar 12 meses
  • Qualquer procedimento endoscópico (endoscopia digestiva alta, colonoscopia, rinoscopia): aguardar seis meses
  • Extração dentária (verificar uso de medicação) ou tratamento de canal (verificar medicação): por sete dias
  • Cirurgia odontológica com anestesia geral: por quatro semanas
  • Acupuntura: se realizada com material descartável: 24 horas; se realizada com laser ou sementes: apto; se realizada com material sem condições de avaliação: aguardar 12 meses
  • Vacina contra gripe: por 48 horas
  • Herpes labial ou genital: apto após desaparecimento total das lesões
  • Herpes Zoster: apto após seis meses da cura (vírus Varicella Zoster)
  • Brasil: Estados como Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins são locais onde há alta prevalência de malária. Quem esteve nesses Estados deve aguardar 12 meses para doar, após o retorno
  • EUA: quem esteve nesse país deve aguardar 30 dias para doar, após o retorno
  • Europa: quem morou na Europa após 1980, verificar aptidão para doação no (11) 4573-7800
  • Malária: quem esteve em países com alta prevalência de malária deve aguardar 12 meses após o retorno para doar (critério semelhante ao dos Estados brasileiros com prevalência elevada de malária)
  • Febre Amarela: quem esteve em região onde há surto da doença deve aguardar 30 dias para doar, após o retorno; se tomou a vacina, deve aguardar quatro semanas; se contraiu a doença, deve aguardar seis meses após recuperação completa (clínica e laboratorial)

Quem não pode doar sangue?

  • Hepatite após os 11 anos de idade
  • Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas.
  • Uso de drogas ilícitas injetáveis.
  • Malária

A lista completa dos impedimentos definitivos pode ser lida aqui.

Veja também:

Coronavírus: o que é uma pandemia e por que o atual surto ainda não é uma:
Estadão
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