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SP: Mortes por dengue já é quase 10 vezes maior que em 2018

Ao menos 29 pessoas já morreram com a doença em todo o Estado; no passado, foram 10 vítimas fatais

20 mar 2019 - 19h17
(atualizado às 19h28)
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SOROCABA - Ao menos 29 pessoas já morreram após contrair dengue este ano no Estado de São Paulo, conforme a Secretaria Estadual de Saúde. O número é quase dez vezes maior que as três mortes registradas no mesmo período de 2018 — em todo o ano passado, a dengue matou 10 pessoas. Conforme divulgou a pasta nesta quarta-feira, 20, outras 16 mortes estão sendo investigadas, havendo possibilidade de que a maioria se confirme.

O número de casos confirmados da doença nos dois primeiros meses deste ano também é mais que o dobro do total de 2018. Foram 36.791 casos em janeiro e fevereiro, contra 15.050 de todo o ano passado. No primeiro bimestre de 2018 houve apenas 1.947 casos.

Máquinas conhecidas como 'fumacê' são usadas em aplicação de inseticidas em ruas de Araraquara, interior de São Paulo; cidade registrou 3,8 mil casos e 4 mortes pela dengue
Máquinas conhecidas como 'fumacê' são usadas em aplicação de inseticidas em ruas de Araraquara, interior de São Paulo; cidade registrou 3,8 mil casos e 4 mortes pela dengue
Foto: Prefeitura de Araraquara/Divulgação / Estadão Conteúdo

Dos 645 municípios paulistas, 603 já tiveram casos de dengue notificados neste ano. Na capital, os casos confirmados nos dois primeiros meses deste ano já são 665, superando o total de casos confirmados em todo ano de 2018, que foi de 560.

O número grande de casos e a maior letalidade este ano, segundo o coordenador de Controle de Doenças da Secretaria, Marcos Boulos, se devem à circulação de um novo tipo de vírus, principalmente nas regiões norte e noroeste do Estado.

"Em anos anteriores, circulava no Estado apenas o sorotipo 1, que foi o principal agente da grande epidemia de 2015 e 2016, quando quase 1 milhão de pessoas foram infectadas. Em 2017 e 2018, tivemos menos casos porque as pessoas que já tiveram dengue estavam imunes ao mesmo vírus", explicou o coordenador. "O problema é que apareceu o sorotipo 2 e, quando há reinfecção por um vírus diferente, a pessoa não está imune e há potencial para uma gravidade maior."

O temor é de que, ainda este ano, o vírus do sorotipo 2 se espalhe pela Região Metropolitana de São Paulo. "No próximo verão, vamos estar sob a influência do fenômeno El Niño, tornando as condições mais propícias para o mosquito transmissor, como aconteceu nas epidemias de 2015 e 2011. O tipo 2 está se espalhando e o risco é de que chegue até as regiões mais populosas. O surto atual deve declinar com o início do outono, mas há o risco de voltar muito forte em novembro e dezembro, por isso precisamos manter o combate ao mosquito."

Epidemia

O interior já vive uma nova epidemia de dengue. As cidades com mais casos confirmados são Bauru (6.008), Araraquara (3.824), São José do Rio Preto (3.239), Andradina (2.401), Barretos (1.900), Fernandópolis (1.260) e São Joaquim da Barra (1.251). Segundo o secretário de Saúde de São Joaquim, Rangel Luís de Melo, quando os boletins são divulgados, os números já estão desatualizados, devido à ocorrência de novos casos.

Cidades de menor porte também têm índice alto de infecção, segundo boletim da pasta estadual. Palestina, com 11 mil habitantes, tem 636 casos confirmados, enquanto Ituverava, com 41 mil moradores, já soma 618 e Pereira Barreto (25 mil habitantes) tem 510 doentes confirmados.

As cidades com mais mortes confirmadas são Bauru (10), São José do Rio Preto (4), São Joaquim da Barra (4), Araraquara (4) e Andradina (2). Em Bauru, outros nove óbitos estão em investigação. Três mortes suspeitas são investigadas em Birigui.

As prefeituras montaram estruturas de atendimento exclusivo para pacientes com dengue e estão usando inseticidas nas ruas contra o mosquito transmissor. Em Guararapes, com 214 casos, a prefeitura denunciou ao Ministério Público Estadual 12 donos de imóveis que não permitiram a entrada de agentes antidengue. Outras 293 recusas estão sendo apuradas.

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