Número de mortos em surto de ebola na África Ocidental passa de 600
O surto de ebola que assola a África Ocidental já infectou 964 pessoas, das quais 603 morreram, segundo a último apuração realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nos últimos quatro dias se registraram novos casos nos três países que sofrem a epidemia: Guiné, Libéria e Serra Leoa, segundo anunciou hoje o porta-voz da OMS Daniel Epstein em entrevista coletiva.
Na Guiné foram registrados seis casos e três mortes, o que eleva o número de infectados nesse país a 406, dos quais 304 morreram.
O porta-voz alertou que, apesar de parecer que os casos na Guiné diminuíram, a evidência demonstra que os contágios continuam.
Na Libéria nos últimos três dias foram registrados 30 casos e 13 mortes, o que eleva o total para 172 casos e 105 mortes.
Em Serra Leoa houve 49 novos casos e 52 mortes, e o total ficou em 386 casos e 194 mortes.
A OMS continua muito preocupada porque os mitos sobre a doença persistem, e a população não abandona hábitos ancestrais como lavar e abraçar os cadáveres antes de enterrá-los, o que expõe ao contágio com o vírus.
A doença - que é transmitida por contato direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados - causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de mortalidade de 90%.
Epstein esclareceu que o reiteradamente anunciado estabelecimento do um Centro de Coordenação Epidêmico em Conacri para coordenar e harmonizar o apoio técnico oferecido aos países afetados, e a prevenção no resto das nações que os cercam, ainda deve se concretizar, mas que espera que entre em funcionamento esta semana.
A OMS ativou a Rede Global de Alerta e Resposta (GOARN, na sigla em inglês) - uma rede formada por agências internacionais, governos, universidades, e outras entidades - e solicitou especialistas em diversas áreas que possam viajar aos três países envolvidos para tentar conter o surto.
Essa é a primeira vez que uma epidemia de ebola é confirmada na África Ocidental, doença que sempre atingiu a África Central.