Nutrição para lipedema vai além do controle de peso
O lipedema foi reconhecido como parte da Classificação Internacional de Doenças (CID) somente em 2022
A modelo Yasmin Brunet comentou publicamente que sofre com o lipedema — doença vascular crônica, com causas genéticas e acúmulo de gordura desproporcional no corpo. Ela compartilhou que mudanças no estilo de vida contribuíram para a perda de peso. Isso incluiu o corte total de glúten, a redução do consumo de lactose, dieta saudável e prática de exercícios diários. A nutricionista Camilla Simões diz que a preocupação durante o tratamento vai além do controle do percentual de gordura e peso. O objetivo é aliviar os sintomas da paciente, pois o lipedema causa inflamação local, podendo gerar dor e desconfortos que prejudicam a qualidade de vida.
Segundo a especialista, a dieta anti-inflamatória auxilia no controle da retenção de líquidos e inflamação provocada pelo acúmulo desproporcional de gordura no lipedema. "É composta pelo mínimo de alimentos processados e ultraprocessados possível, maior quantidade de vegetais, frutas e legumes, baixo consumo de açúcar, boa proporção de proteínas magras e peixes ricos em ômega 3", aponta.
No entanto, Camilla alerta que alimentos ricos em açúcar, farinha branca, sódio, ou seja, industrializados, em geral, devem ser evitados. Ela reforça que a alimentação rica em nutrientes e fitoquímicos para controlar o peso e aliviar os sintomas desconfortáveis do lipedema é fundamental.
Atividade física, hidratação e suplementação
Conforme a nutricionista, o exercício físico desempenha um papel importante no manejo do lipedema, auxiliando na circulação, manutenção da massa muscular, redução de gordura corporal, aumentando o gasto energético da paciente. "A liberação de exercícios físicos deve ser feita pelo médico responsável, pois as modalidades variam de acordo com o grau do lipedema e a quantidade de sintomas que o paciente tem, já que muitas vezes atividades de baixo impacto e musculação são as mais recomendadas", esclarece.
Camilla ressalta que todas as pessoas devem se manter hidratadas para a manutenção da saúde, do fluxo linfático e sanguíneo. Entretanto, no caso do lipedema, manter-se hidratado auxilia a controlar a retenção de líquidos e melhorar a circulação. Já na questão dos suplementos, a especialista pontua que alguns nutrientes são utilizados, como o ômega 3, vitamina D, zinco e antioxidantes para melhorar e potencializar os efeitos anti-inflamatórios.