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Quais são os efeitos da morfina, citada por Bolsonaro em depoimento à PF?

Droga é, em geral, administrada para aliviar sofrimento de pacientes graves ou sem chance de recuperar, mas tem riscos; produto dificilmente afeta organismo no dia seguinte à aplicação

26 abr 2023 - 20h12
(atualizado às 21h11)
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O ex-presidente Jair Bolsonaro disse estar sob efeito de morfina quando postou vídeo contra o resultado das eleições
O ex-presidente Jair Bolsonaro disse estar sob efeito de morfina quando postou vídeo contra o resultado das eleições
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

RIO - A morfina é um opioide extremamente potente usado no tratamento de dores excruciantes, mas não tem efeito prolongado. Por isso, é comum a recomendação para que seja aplicada de quatro em quatro horas. Eventuais efeitos colaterais, como os alegados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para explicar a suposta postagem "acidental" de um vídeo de caráter golpista em 10 de janeiro, portanto, dificilmente seguem presentes no dia seguinte ao da administração da droga.

Em geral, as dores intensas aliviadas com morfina atingem pacientes oncológicos muito graves ou sob cuidados paliativos, sem chance de recuperação. Isso ocorre porque um dos efeitos colaterais mais comuns da droga é a paralisação do sistema respiratório.

Os médicos consideram este um risco que só vale a pena correr em casos extremos, de dor insuportável. No Brasil, profissionais de medicina tendem a privilegiar outras drogas, como a codeína e o tramal, quando precisam de um analgésico mais forte.

"Opioides como codeína, morfina e metadona devem ser utilizados com parcimônia no tratamento da dor crônica não oncológica. Enquanto existem evidências robustas que suportem o uso desta classe medicamentosa a curto prazo em pacientes com dor crônica não oncológica, a eficácia e a segurança do uso prolongado são incertas", aponta relatório de 2022 da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde, órgão que assessora o Ministério da Saúde.

Estadão
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