Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

O que é a ‘pior dor do mundo’ que fez brasileira querer morrer legalmente na Suíça

Carolina Arruda sofre há 11 anos com a neuralgia do trigêmeo, que é descrita como sensação de choque elétrico ou facada no rosto

4 jul 2024 - 10h58
Compartilhar
Exibir comentários
Carolina Arruda compartilha nas redes sociais sua rotina com "a pior dor do mundo"
Carolina Arruda compartilha nas redes sociais sua rotina com "a pior dor do mundo"
Foto: Reprodução/Instagram/@caarrudar

A brasileira Carolina Arruda, 27, compartilha diariamente nas redes sociais sua experiência de dor e agonia vivendo com a neuralgia de trigêmeo, condição conhecida por causar a “pior dor do mundo”

A neuralgia do trigêmeo é uma condição neuropática crônica caracterizada por dor intensa no território do nervo trigêmeo, principal nervo da face que tem por função primordial veicular toda a sensibilidade desde o topo da cabeça, toda o rosto e a maior parte da boca e língua.

Suas principais causas incluem a compressão vascular, frequentemente por uma artéria chamada cerebelar superior. De forma menos prevalente, também podem haver compressões causadas por lesões tumorais ou outras malformações vasculares. 

Além disso, a condição pode estar associada à esclerose múltipla e, mais raramente, a traumas faciais. O diagnóstico é clínico, baseado na descrição da dor pelo paciente e pode ser confirmado com exames de imagem como ressonância magnética (RM) para confirmar ou excluir causas estruturais.

Sensação de choque elétrico ou facada

Em entrevista ao Terra Você, o neurocirurgião membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Felipe Mendes, conta que os sintomas típicos da neuralgia de trigêmeo incluem crises intensas, súbitas e de breve duração de dor facial localizada em um lado do rosto. 

O médico diz que essa dor é geralmente descrita como sensação de choque elétrico ou facada, e pode ser desencadeada por atividades cotidianas como mastigar, escovar os dentes ou tocar o rosto. A condição pode se tornar crônica e mais frequente ao longo do tempo, impactando significativamente a qualidade de vida.

Os tratamentos mais eficazes incluem medicamentos anticonvulsivantes, como carbamazepina e oxcarbazepina, que são a primeira linha de tratamento. Em casos refratários, intervenções cirúrgicas como a descompressão microvascular (DMV), radiofrequência percutânea e a radiocirurgia estereotáxica são opções. De acordo com o especialista, a DMV é frequentemente a mais eficaz em termos de alívio duradouro.

“Avanços recentes incluem técnicas cirúrgicas mais seguras e menos invasivas. Existem também pesquisas voltadas para o uso da toxina botulínica, melhores protocolos para a radiocirurgia e até mesmo o uso de anticorpos monoclonais”, diz o médico. 

A neuralgia do trigêmeo pode impactar profundamente a qualidade de vida das pessoas, causando dor severa e debilitante, que pode levar ao isolamento social e à depressão. Psicologicamente, a imprevisibilidade dos episódios dolorosos contribui para a ansiedade e  o estresse crônico. Além disso, os quadros de dores crônicas podem levar ao aumento da dependência de medicamentos.

Sofrendo com a condição há 11 anos, Carolina Arruda decidiu fazer uma campanha de arrecadação na internet para viajar à Suíça e realizar uma utanasia. No Brasil, a eutanásia e o suicídio assistido são proibidos.

O neurocirurgião conta que buscar eutanásia devido à neuralgia do trigêmeo é um tópico sensível e controverso. A comunidade médica enfatiza a necessidade de explorar todas as alternativas terapêuticas e de suporte psicológico.

“Em casos extremos, além dos tratamentos já mencionados, técnicas de neuromodulação e cuidados paliativos especializados podem ser considerados para oferecer alívio adequado e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Esse é o motivo pelo qual devemos nos dedicar e buscar sempre melhores situações e opções de tratamento”, conclui.

Fonte: Redação Terra Você
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade