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O que é ablação? Cirurgia sem cortes será implantada no SUS até setembro

Técnica inovadora que queima tumores cancerígenos com agulha deve começar a ser aplicada gratuitamente em pacientes com câncer colorretal

11 jul 2024 - 12h40
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A técnica foi testada em estudo, revelando menor mortalidade, tempo reduzido de hospitalização e menor risco de infecções pós-operatórias
A técnica foi testada em estudo, revelando menor mortalidade, tempo reduzido de hospitalização e menor risco de infecções pós-operatórias
Foto: Freepik

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec-SUS) aprovou a inclusão da ablação, um tipo inovador de cirurgia sem corte, no SUS. O procedimento já está disponível para pacientes de planos de saúde desde maio do ano passado, com a inclusão no rol da Agência Nacional de Saúde (ANS).

A ablação pode ser utilizada para tratar tumores no rim, fígado, intestino, útero, pulmão e tireoide. No Brasil, pacientes que enfrentam câncer hepático em decorrência de um tumor colorretal - que acomete o intestino grosso (cólon) e o reto - poderão receber o tratamento no SUS a partir de setembro deste ano.

Para explicar a importância desse procedimento, o Terra Você conversou com o radiologista intervencionista e presidente da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (Sobrice), Denis Szejnfeld.

Szejnfeld conta que, na ablação, é usada uma agulha guiada por exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia. Essa agulha possui um eletrodo que esquenta e "cozinha" o tumor, destruindo-o. 

“Quando a temperatura atinge acima de 60 graus em qualquer célula, ela é destruída. Esse é o princípio de funcionamento da ablação, um procedimento minimamente invasivo conhecido como ‘cirurgia sem corte’”, explica o especialista.

O procedimento é realizado na própria sala de tomografia, onde uma pequena incisão é feita no local onde a agulha será inserida. A portaria da ANS regulamenta a cobertura obrigatória em casos de metástases hepáticas de câncer colorretal, irressecáveis ou ressecáveis com alto risco cirúrgico, com tamanho de até 4 centímetros.

Recuperação muito rápida

O radiologista reforça que a ablação é uma técnica moderna e segura, que oferece uma recuperação muito mais rápida e, geralmente, não é necessária anestesia geral, o que reduz riscos e complicações. Na maioria dos casos, o paciente recebe alta em menos de 24 horas. 

Ele conta que por ser um procedimento guiado por imagem, oferece uma precisão excepcional no direcionamento do tratamento, minimizando danos aos tecidos saudáveis ao redor. 

Um estudo recente, conhecido como Collision Trial, demonstrou que a ablação é uma alternativa eficaz para tratar metástases no fígado decorrentes de câncer colorretal. A técnica foi testada em 147 dos 299 pacientes envolvidos no estudo, revelando menor mortalidade (0% contra 2,1% na cirurgia), tempo reduzido de hospitalização (um dia contra quatro dias na cirurgia) e menor risco de infecções pós-operatórias. 

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) registrou aumento na incidência de câncer colorretal entre a população mais jovem, na faixa dos 20 aos 49 anos. Os casos desse tipo de câncer no Brasil ficam atrás apenas do câncer de mama nas mulheres e da próstata nos homens. O especialista acredita que a implementação desse método pelo SUS será um grande avanço para a população.

“Isso vai resultar também na economia dos cofres públicos, pois a ablação custa um terço da cirurgia convencional, sem falar na capacidade de atendimento que se amplifica em função do tempo bem menor de ocupação de leitos hospitalares”, conclui.

Fonte: Redação Terra Você
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