O que é intolerância circunstancial à lactose, que Lula tem
Presidente mudou a dieta após o diagnóstico; veja alimentos proibidos
Sabe aquela náusea, aquele desconforto chato que você sente após ingestão de certos alimentos, como leite e derivados? A chamada intolerância à lactose chegou até ao Palácio do Planalto. Segundo o jornal "EXTRA", o presidente Lula (PT) recebeu o diagnóstico da condição e precisou trocar sua dieta.
O que é intolerância circunstancial?
A endocrinologista Ana Flávia Torquato explica que existem vários graus de intolerância, por isso o uso do termo “circunstacial”.
“Existe aquela que a pessoa não consegue comer nada e tem aquela que é parcial, em que se toleram algumas coisas e outras não. Tem também aquela pós-infecciosa, que ocorre quando o paciente tem algum transtorno intestinal. Então, você pode desregular completamente e perder a enzima só por um período”, acrescenta.
Esse último caso, segundo a especialista, é conhecido como a forma transitória da condição, que dura em torno de duas semanas. “Depois, a pessoa tende a recuperar quando tem regeneração da mucosa do intestino”, conclui.
Tem cura?
A médica explica que existem graus diferentes de intolerância à lactose, de leve a severo, dependendo do grau de deficiência da enzima, e de fatores como a microbiota intestinal, pois as bactérias produzem gases no intestino por conta da lactose não digerida.
“A intolerância à lactose é uma condição crônica e não tem cura, a não ser nos casos transitórios de deficiência da enzima, como ocorre após infecções intestinais”, revela.
Pessoas que convivem com essa condição, como Lula, podem iniciar uma dieta para diminuir os efeitos. Nesses casos, é feita a restrição da lactose de acordo com a tolerabilidade da pessoa.
“No caso da intolerância leve não é preciso abolir o leite e seus derivados da dieta, e sim reduzir a um nível em que os sintomas não apareçam. Já pessoas muito sintomáticas, que não toleram pequenas quantidades de lactose, precisarão fazer uma dieta mais restritiva, dando preferência a alimentos sem lactose. Existe também a opção de comprar a enzima lactase em cápsulas, e fazer a ingestão antes de comer algo com leite”, explica.
Já sobre diagnóstico, a endocrinologista conclui: “Pode ser feito através de exame de sangue, mas normalmente quem tem intolerância percebe sintomas intestinais após ingerir leite e derivados, e os sintomas desaparecem quando se faz restrição a esses alimentos. Assim, muitas vezes o diagnóstico é baseado na história clínica”.
Alergia ao leite é diferente de intolerância à lactose
Segundo o Ministério da Saúde, a intolerância à lactose é a incapacidade de digerir a lactose, que é o açúcar do leite. “O problema é resultado da deficiência ou ausência de uma enzima intestinal chamada lactase. Esta enzima possibilita decompor o açúcar do leite em carboidratos mais simples, para a sua melhor absorção”, acrescenta a cartilha.
Ainda conforme o órgão, é importante estabelecer a diferença entre alergia ao leite e intolerância à lactose. “A alergia é uma reação imunológica adversa às proteínas do leite, que se manifesta após a ingestão de uma porção, por menor que seja, de leite ou derivados”, descreve o MS.
Alimentos proibidos na dieta de restrição à lactose
- Leite de vaca
- Queijos
- Manteiga
- Requeijão
- Preparações à base de leite no geral (bolos, pudins, cremes, entre outros)
- Bolachas e biscoitos que possuem leite em sua composição.
Sintomas mais comuns
São náuseas, dores abdominais, diarréia ácida e abundante, gases e desconforto.
O MS reforça que a intolerância à lactose não é uma doença, mas sim uma carência do organismo. Por isso, o tratamento consiste em controlá-la com dieta e medicamentos.