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O que há na fumaça tóxica das queimadas e por que ela faz mal para a saúde?

A "grande nuvem" de fumaça é composta por gases tóxicos, como monóxido de carbono (CO), material particulado fino (PM2.5), ou seja, partículas minúsculas que são suspensas no ar

5 set 2024 - 07h51
(atualizado às 09h58)
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A fumaça das queimadas causa preocupação não só entre ambientalistas, mas também entre médicos e especialistas em saúde. O Brasil está praticamente coberto por esta fumaça que afeta muitas cidades das grandes regiões em que é dividido: Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Fumaça das queimadas encobre Brasília (DF)
Fumaça das queimadas encobre Brasília (DF)
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil / Perfil Brasil

Composição da fumaça tóxica

A "grande nuvem" de fumaça é composta por gases tóxicos, como monóxido de carbono (CO), e material particulado fino (PM2.5), ou seja, partículas minúsculas que são suspensas no ar. Inclui ao todo:

  1. Material particulado (PM2.5);
  2. Monóxido de carbono (CO);
  3. Compostos Orgânicos Voláteis (COVs);
  4. Óxidos de nitrogênio (NOx) e ozônio;
  5. Metais pesados;

Entre os cinco citados, o material particulado é composto por partículas muito pequenas presentes no ar poluído, como o causado pela fumaça das queimadas. O 2.5 do nome faz referência ao diâmetro de 2,5 micrômetros ou menos dessas partículas, algo muito menor que um fio de cabelo, por exemplo.

"A exposição prolongada a esses compostos tóxicos pode gerar uma crise de saúde pública", explicou ao g1 Margareth Dalcolmo, que é médica pneumologista e presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

Por causa desse tamanho reduzido, estas partículas são capazes de ser inaladas e penetrar profundamente nos pulmões.

Danos à saúde

Todos esses componentes são altamente prejudiciais à nossa saúde, e podem agravar doenças respiratórias, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), e aumentar o risco de doenças cardiovasculares.

O médico pneumologista e presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), Frederico Fernandes, explicou ao portal g1 que quando ele é absorvido pelo corpo, causa uma inflamação sistêmica, o que pode levar a doenças cardiovasculares graves, como arritmias, infarto e derrames.

"A exposição prolongada ao PM2.5 também pode agravar doenças respiratórias crônicas, como asma e bronquite, e está associada a um maior risco de câncer e outras condições crônicas, como diabetes", acrescentou.

Nox e CO

Os óxidos de nitrogênio podem provocar crises de asma, especialmente em crianças, com sintomas como chiado e falta de ar, segundo explicou Fernandes.

Já o monóxido de carbono é extremamente tóxico porque se liga à hemoglobina nas células sanguíneas, impedindo que o oxigênio seja transportado para os tecidos do nosso corpo.

COV

O chamado Composto Orgânico Volátil (COV) é um tipo de gás é emitido por substâncias sólidas e líquidas, como gasolina, pesticidas, fumaça de tabaco e muitos outros produtos. Mas durante uma queimada, os COVs também são liberados no ar e podem aumentar o risco de problemas respiratórios entre outros.

Metais pesados

Os metais pesados são elementos químicos densos que podem ser tóxicos, mesmo em pequenas quantidades. A fumaça pode conter metais pesados como chumbo e mercúrio, que são prejudiciais quando inalados.

Eles podem causar problemas graves, pois sua toxicidade pode reduzir a energia e danificar órgãos importantes, como o cérebro, pulmões, rins, fígado e o sangue.

Perfil Brasil
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