O que se sabe sobre o estado de saúde de Faustão?
Apresentador está internado desde o último domingo (25) no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo
Internado desde o último domingo (25) no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, o apresentador Fausto Silva, conhecido popularmente como Faustão, segue em observação médica.
Faustão realizou um transplante de rim na última segunda-feira (26) devido ao agravamento de uma doença renal crônica. O procedimento ocorreu sem intercorrências, segundo comunicado divulgado.
"O paciente seguirá em observação para acompanhamento da adaptação do órgão e controle clínico", diz o boletim assinado pelos médicos do Hospital Israelita Albert Einstein.
Qual estado de saúde de Faustão?
Após ser acionado pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo e realizar uma avaliação sobre a compatibilidade do órgão doado, o apresentador recebeu um novo rim cerca de seis meses após um transplante de coração devido a uma grave insuficiência cardíaca.
Embora o boletim médico não tenha especificado se o problema renal de Faustão estava relacionado ao procedimento cardíaco, estudos do New England Journal of Medicine, que avaliou 70 mil transplantados entre 1990 e 2000, mostram que cerca de 16,5% dos transplantados desenvolvem problemas renais devido ao uso de medicamentos imunossupressores para prevenir a rejeição do transplante.
Estes fármacos, embora indispensáveis, são considerados nefrotóxicos, podendo causar lesões nos rins. Dentre eles, a ciclosporina e o tacrolimus são os mais utilizados, mas podem causar danos aos rins a curto e longo prazo, como explica a especialista em terapia intensiva e transplante cardíaco Stephanie Rizk em entrevista ao O Globo.
Além dos medicamentos, outros fatores como pressão arterial elevada, doenças preexistentes e infecções podem contribuir para a insuficiência renal em pacientes transplantados. O tratamento e o prognóstico dependem da gravidade do quadro, podendo incluir um novo transplante em estágios avançados.
Casos como o do Faustão representam "aproximadamente 5% da lista de espera para transplante de rim", segundo estimou o diretor-executivo do Programa de Transplante do Hospital Adventista Centura Porter, nos Estados Unidos, Alexander Wiseman, no artigo de revisão publicado em 2021 no American Journal of Kidney Diseases.