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Obesidade: um problema para o hoje e o amanhã

Malu conversou com um especialista sobre causas e estratégias para lidar com o sobrepeso Um futuro alarmante. O Atlas Mundial da Obesidade 2024 concluiu que, se nada for feito, o Brasil terá 20 milhões de crianças e adolescentes obesos até 2044. O que significa que praticamente metade da população sofrerá com isso no país. Mesmo […]

9 out 2024 - 15h39
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Malu conversou com um especialista sobre causas e estratégias para lidar com o sobrepeso

Um futuro alarmante. O Atlas Mundial da Obesidade 2024 concluiu que, se nada for feito, o Brasil terá 20 milhões de crianças e adolescentes obesos até 2044. O que significa que praticamente metade da população sofrerá com isso no país. Mesmo entre os adultos, atualmente, as notícias também não são animadoras, já que um estudo de 2024 encomendado pelo DataFolha concluiu que seis em cada 10 brasileiros estão acima do peso saudável, seja com sobrepeso ou até com o grau mais grave de obesidade mórbida. Para enfrentarmos esse dilema, primeiro é preciso desmistificar diversas crenças erradas sobre o peso ideal e saúde.

O Atlas Mundial da Obesidade 2024 concluiu que, se nada for feito, o Brasil terá 20 milhões de crianças e adolescentes obesos até 2044
O Atlas Mundial da Obesidade 2024 concluiu que, se nada for feito, o Brasil terá 20 milhões de crianças e adolescentes obesos até 2044
Foto: Revista Malu

Obesidade é doença!

Ainda persiste entre muitos a ideia de que a obesidade é fruto de 'falta de esforço', ou mesmo que basta comer menos para contornar o problema. Acontece que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é uma doença. E está atrelada a fatores complexos, envolvendo metabolismo, psicológico e mesmo a situação socioeconômica de cada um. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) em 2022 confirmou, por exemplo, que quanto mais pobre uma pessoa for, normalmente menor será o consumo de alimentos naturais, como frutas e verduras. Em compensação, essas pessoas acabam consumindo mais ultraprocessados, como refrigerantes e salgadinhos, verdadeiros 'vilões' quando o assunto é obesidade e outras doenças. "É essencial salientar que a obesidade é uma doença crônica e evolutiva. Os pacientes obesos precisam de tratamento e acompanhamento para perder o peso necessário.

Cuidar da alimentação e praticar atividade física são métodos preventivos para a obesidade. Mas, para tratamento, quando já se tornou a doença, é essencial que haja acompanhamento multidisciplinar, com nutricionista, médico, psicólogo, endocrinologista e até outros profissionais", reforça André Augusto Pinto, médico, cirurgião geral e bariátrico da Clínica Gastro ABC.

Então, basta operar, certo?

Quando o excesso de peso se torna prejudicial, uma saída que muitos já imaginam é apelar logo para a famosa cirurgia bariátrica. De fato, esse procedimento salva centenas de vidas todos os anos. Mas, como toda operação, ela envolve riscos, ainda que baixos, e jamais deve ser vista como uma 'solução milagrosa' para a perda de peso. O doutor André explica que antes de pensar na cirurgia, o acompanhamento multidisciplinar é de suma importância. "Pacientes com doenças associadas, como problemas vasculares, devem consultar antes um cirurgião vascular. E aqueles com problemas como asma precisam passar por um pneumologista, por exemplo. Este preparo é essencial para uma cirurgia que, embora tenha moderada complexidade, geralmente apresenta excelente evolução", adiciona.

O especialista explica também que a melhor forma de aumentar as chances de sucesso da operação é perder um pouco de peso durante o pré-operatório. Além de tratar bem as doenças pré-existentes. Outra mudança muito importante é o preparo mental para a cirurgia, com mudanças nos hábitos alimentares e de vida já acontecendo antes da bariátrica. "A decisão pela cirurgia deve ser tomada pela equipe multidisciplinar, composta por médicos, incluindo o endocrinologista, e o procedimento deve sempre ser realizado por um cirurgião bariátrico capacitado, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica", complementa.

Só a bariátrica não é suficiente

André explica que o mais importante, aliado à cirurgia, é estabelecer uma nova rotina. "Após a cirurgia, tanto os pacientes que atingiram o peso ideal, quanto aqueles que ainda estão em processo de perda de peso, devem evitar comportamentos antigos. Aqueles que retornam aos antigos hábitos de alimentação, que não praticam atividade física e que reintroduzem alimentos ultraprocessados, ricos em gordura e carboidratos, correm o risco de reganhar peso, mesmo que comam em menores quantidades várias vezes ao dia", alerta ele.

Nem todo mundo precisa operar!

Tudo vai depender, segundo o médico, do grau de obesidade e dos riscos existentes, como quando o sobrepeso está ocasionando outras doenças. "Pacientes com obesidade grau 3, que corresponde à obesidade grave, e pacientes com obesidade grau 2, moderada, têm indicação para cirurgia bariátrica. Esse cálculo é realizado pelo médico a partir do Índice de Massa Corpórea, o IMC", explica André.

Já aqueles que estão com sobrepeso e obesidade leve devem ter o tratamento baseado em acompanhamento nutricional com endocrinologista, clínico geral e nutrólogo, com enfoque em atividades físicas para promover a mudança de hábitos alimentares e de vida, contando também com uma dieta restrita em calorias. Além disso, o nutrólogo e o nutricionista devem realizar uma avaliação clínica completa para identificar possíveis patologias, como alterações endocrinológicas, que possam estar causando a obesidade e precisem de tratamento. Dessa forma, é possível perder peso.

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