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Ocitocina: hormônio "do amor" também é um aliado da memória; entenda

Além de promover sensações de afeto e bem-estar, a ocitocina também pode ser uma aliada na luta contra a demência

22 fev 2024 - 15h03
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Pesquisadores da Universidade de Ciências de Tóquio descobriram novas facetas da ocitocina (OXT) e seu impacto crucial na memória cognitiva. A descoberta, aliás, se mostrou um avanço significativo para a neurociência.

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Ocitocina: hormônio do amor também é um aliado da memória; entenda
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

Conhecida como "hormônio do amor", a oxitocina promove sensações de prazer e afeto. Junto da dopamina, da serotonina e da endorfina, ela faz parte do grupo de "neurotransmissores da felicidade". Eles se caracterizam por aumentar as sensações de bem-estar e diminuir estresse e ansiedade, além de melhorar quadros depressivos.

Agora, pesquisadores de Tóquio descobriram que a ocitocina tem uma poderosa influência nas funções cognitivas. Para isso, eles estudaram especialmente a memória de reconhecimento de objetos em camundongos.

Para obter uma perspectiva aprofundada sobre essas descobertas, conversamos com o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos e membro indicado Sigma Xi. O especialista abordou as implicações do estudo.

A ocitocina e a memória cognitiva

"Este estudo é um marco na compreensão da função cognitiva e suas bases neurais", afirma o Dr. Agrela. "A ativação de neurônios OXTérgicos no cérebro demonstrou uma melhoria notável na memória de reconhecimento de objetos a longo prazo, algo que até então não era claramente associado à ocitocina", revela.

Os cientistas utilizaram técnicas farmacogenéticas avançadas para ativar neurônios OXT no núcleo hipotalâmico paraventricular (PVN). Eles observaram um aumento de células positivas para c-Fos, um marcador de ativação neuronal, tanto no PVN quanto no núcleo supramamilar (SuM) e no giro denteado, regiões cerebrais chave na formação de memórias.

Implicações terapêuticas: novos caminhos no tratamento da demência

Segundo o neurocientista, o estudo não só aprofunda nosso entendimento sobre a ocitocina além dos laços sociais, mas também abre caminho para o seu uso potencial no tratamento de doenças cognitivas, como a demência e o Alzheimer. 

"A ativação seletiva de axônios OXTérgicos no SuM, levando a uma maior exploração de novos objetos pelos camundongos, sugere uma modulação direta da memória de reconhecimento de objetos", diz Agrela.

Além disso, este estudo representa um passo significativo na compreensão dos mecanismos neurais e moleculares subjacentes à função cognitiva. Ele oferece uma nova perspectiva para intervenções farmacêuticas na demência e outras doenças relacionadas ao declínio cognitivo, destacando a ocitocina como um possível agente terapêutico.

"A pesquisa abre um novo capítulo na neurociência, desafiando nossa compreensão da oxitocina e seu papel multifacetado no cérebro", conclui o cientista.

Saúde em Dia
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