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OMS: Queda de vacinação põe 80 milhões de crianças em risco

Organização Mundial da Saúde e a Unicef apontaram que situação é especialmente preocupante na América Latina

15 jul 2020 - 17h20
(atualizado às 18h13)
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Queda de vacinação durante pandemia coloca 80 milhões de crianças em risco, alerta OMS
Queda de vacinação durante pandemia coloca 80 milhões de crianças em risco, alerta OMS
Foto: DW / Deutsche Welle

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertaram, nesta quarta-feira, 15, para a queda na imunização de crianças devido aos impactos da pandemia do novo coronavírus na distribuição de vacinas. Medidas de lockdown e quarentena afetaram o sistema de vacinação em pelo menos 68 países, colocando aproximadamente 80 milhões de bebês menores de 1 ano em risco de contrair doenças que podem ser prevenidas, segundo pesquisa realizada pelas duas organizações com 82 países.

De 61 países que informaram sobre a situação atual, 85% indicou que o nível atual de vacinação está mais baixo em maio de 2020 quando comparado a janeiro e fevereiro deste ano. Pelo menos 30 países indicaram que campanhas contra o sarampo estavam ou estão ameaçadas, o que pode resultar em surtos da doença em 2020 e anos seguintes. O levantamento foi realizado também pela Aliança de Vacinas (Gavi), em colaboração com o Instituto de Vacinação Sabin e outras entidades.

Dados preliminares dos quatro primeiros meses de 2020 apontam uma queda substancial no número de crianças que completam as três doses da vacina tríplice bacteriana, contra difteria, tétano e coqueluche. Essa é a primeira vez em 28 anos que o mundo pode ter uma redução na cobertura da tríplice. Antes da pandemia, a cobertura dessa e da vacina contra sarampo havia estabilizado em 85% globalmente. 

A situação, segundo a OMS e a Unicef, é especialmente preocupante na América Latina, onde cobertura da vacinação historicamente alta tem sofrido queda na última década. No Brasil, Bolívia, Haiti e Venezuela, a imunização caiu pelo menos 14 pontos percentuais desde 2010. Somado a isso, esses países também estão enfrentando impactos moderados ou severos causados pelo coronavírus na distribuição de vacinas.

As razões para o impactos nos serviços de vacinação variam. Mesmo quando não houve interrupção no oferecimento das vacinas, a população fica impedida de acessa por relutância em sair de casa, paradas nos serviços de transporte público ou medo de exposição a quem está infectado com covid-19. Muitos profissionais de saúde também não estão disponíveis por terem sido realocados para combate ao coronavírus ou por falta de equipamento de proteção. 

"Precisamos retomar urgentemente os programas vacinação. Não dá para trocar uma crise de saúde por outra", afirma a diretora-executiva da Unicef, Henrietta Fore.

Estadão
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