Os repelentes mais eficazes e seguros contra a dengue de acordo com a Anvisa
Agência faz alerta ao uso de produtos considerados "naturais" e explica quais substâncias realmente protegem de picadas do Aedes aegypti
O Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde registrou 408 mil casos prováveis de dengue no Brasil na última sexta-feira (9). O número de vítimas confirmadas da doença atingiu 62, enquanto outras 279 mortes suspeitas estão sendo investigadas.
Com o aumento dos casos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma lista de produtos seguros para ajudar a repelir o mosquito Aedes, que transmite a dengue. A agência vinculada ao Ministério da Saúde explica que existem repelentes para aplicação na pele e produtos para uso no ambiente.
“Não existem produtos de uso oral, como comprimidos e vitaminas, com indicação aprovada para repelir o mosquito”, ressalta a Anvisa.
Todos os ativos repelentes de insetos podem ser usados em crianças, mas é importante seguir as orientações descritas na rotulagem do produto, pois cada ativo tem suas particularidades e restrições de uso.
Por exemplo, o uso de produtos repelentes de insetos que contenham o ingrediente DEET não é permitido em crianças menores de 2 anos. Já em crianças de 2 a 12 anos de idade, o uso de DEET é permitido desde que a sua concentração não seja superior a 10%, restrita a apenas três aplicações diárias, evitando-se o uso prolongado.
Também é importante observar que produtos repelentes de insetos devem ser aplicados nas áreas expostas do corpo. O produto só deve ser aplicado nas roupas se houver indicação expressa na rotulagem.
Já para os produtos de uso nos ambientes, a Anvisa orienta a adoção de inseticidas para matar os mosquitos adultos. Encontrados principalmente em spray e aerossol, eles possuem substâncias ativas que matam os mosquitos, além de solubilizantes e conservantes.
“Os repelentes, por sua vez, apenas afastam os mosquitos do ambiente. Eles são comercializados na forma de espirais, líquidos e pastilhas utilizadas, por exemplo, em aparelhos elétricos”, explica a agência.
Porém, os repelentes em aparelhos elétricos ou espirais não devem ser utilizados em locais com pouca ventilação nem na presença de pessoas asmáticas ou com alergias respiratórias. Podem ser colocados em qualquer ambiente da casa, desde que estejam, no mínimo, a dois metros de distância das pessoas.
Os inseticidas chamados “naturais”, à base de citronela, andiroba, óleo de cravo, entre outros, não possuem comprovação de eficácia. Ou seja, as velas, os odorizantes de ambientes e incensos que indicam propriedades repelentes de insetos não estão aprovados pela Anvisa.
O óleo de neem, que possui a substância azadiractina, é aprovado pela Anvisa para uso em inseticidas, mas o produto deve estar registrado.