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Outubro Rosa: câncer e fertilidade 

Tratamento oncológico pode causar danos na fertilidade e antecipar a menopausa. O congelamento de óvulos é uma saída! Mesmo que a campanha Outubro Rosa esteja cada vez mais popular, o câncer de mama ainda é uma realidade na vida de milhares de mulheres em todo o país. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta que, […]

2 out 2024 - 14h22
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Tratamento oncológico pode causar danos na fertilidade e antecipar a menopausa. O congelamento de óvulos é uma saída!

Mesmo que a campanha Outubro Rosa esteja cada vez mais popular, o câncer de mama ainda é uma realidade na vida de milhares de mulheres em todo o país. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta que, em 2023, quase 74 mil mulheres foram diagnosticadas com a doença. Além disso, este tipo de câncer é o que mais causa a morte das mulheres no Brasil e, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a doença vem afetando cada vez mais jovens.

Foto: Pixabay
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Foto: Revista Malu

Devido a sua grande incidência, surge a questão: como o tratamento do câncer afeta a fertilidade feminina?

Menopausa precoce é um risco

O tratamento contra a doença pode, sim, causar danos na fertilidade das mulheres, de acordo com o médico ginecologista César Patez. "Ele pode causar danos aos folículos ovarianos, interferindo na qualidade dos óvulos e na produção hormonal que é realizada nos ovários. A quimioterapia pode também interromper o ciclo menstrual ou causar irregularidades, podendo até mesmo levar a menopausa precoce", afirma.

A médica ginecologista Isabella Drummond, do Hospital Israelita Albert Einstein, afirma que o motivo é porque a quimioterapia é um agente citotóxico, ou seja, que causa a morte celular, e pode causar danos temporários ou permanentes aos óvulos. "Já a radioterapia, quando aplicada em áreas próximas aos órgãos reprodutivos, pode danificar os óvulos ou órgãos reprodutivos, afetando negativamente a capacidade reprodutiva. Procedimentos nos órgãos reprodutivos como útero e ovários também podem impactar na fertilidade, dependendo da extensão da cirurgia. Além disso, terapias hormonais, muito utilizadas no tratamento do câncer de mama, podem levar à supressão ovariana e dos níveis dos hormônios sexuais femininos, interferindo, consequentemente, na fertilidade."

Sinais do câncer de mama

  • Formação de nódulo endurecido, fixo e geralmente indolor na mama;
  • Alterações no bico do peito (mamilo);
  • Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
  • Saída espontânea de líquido de um dos mamilos;
  • Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;

Alerta: é preciso detectar a doença em fases nas quais ela não é palpável - através do rastreamento com a mamografia, contexto em que a probabilidade de cura é muito elevada. (BOX)

É importante esperar!

Em relação à vida pós-tratamento, Isabella afirma que não há um tempo exato para tentar engravidar. "O tempo seguro para tentar conceber após um tratamento oncológico pode variar de acordo com vários fatores, incluindo o tipo de câncer, o tratamento recebido e a resposta a ele. Para algumas mulheres, deve-se esperar de seis meses a um ano para tentar engravidar. No entanto, em alguns casos, a espera pode ser maior devido ao maior risco de recorrência da doença."

O tratamento do câncer pode ser agressivo

Bons Pais, Bons Filhos questionou o que a mulher deve fazer descubra a gravidez enquanto realiza o tratamento oncológico. "Sabemos que o tratamento pode, sim, ser tóxico e causar consequências graves. Por isso, nós recomendamos que o tratamento seja interrompido, e tenha continuação após o segundo trimestre da gestação com medicamentos que não prejudiquem o bebê", afirma César Patez.

Segundo Isabella, deve-se interromper a quimioterapia no primeiro trimestre por causa dos seus efeitos teratogênicos. "Já a radioterapia está proscrita durante a gestação, ou seja, ela não pode ser realizada. Na prática, o que geralmente acontece é o adiamento ou modificação do tratamento oncológico, se for seguro para a mãe."

Uma equipe multidisciplinar com oncologista, obstetra e psicólogo é quem deve manejar essa situação complexa. "É necessário pesar os riscos e benefícios do tratamento, bem como a vontade da paciente. A mulher sempre terá sua autonomia respeitada", completa a ginecologista.

Descobri o câncer e quero ser mãe: o que devo fazer?

Patez recomenda que, nestes casos, as mulheres levem em consideração o congelamento de óvulos. "Realizar a coleta de óvulos para congelar antes de iniciar o tratamento oncológico, ou até mesmo, retirar parte do tecido ovariano para criopreservação, mantendo o tecido congelado para posterior transplante no organismo humano, são algumas saídas oferecidas pela medicina."

Mitos em relação ao câncer de mama

A pedido da farmacêutica Pfizer, o Ipec realizou uma pesquisa em São Paulo, em 2022, com 1.397 brasileiras. Divulgado pelo Coletivo Pink, os dados mostram que 64% das entrevistadas acreditam que o autoexame é o meio mais eficaz para diagnosticar o câncer em estágio inicial.  

Clara Carvalho, médica ginecologista e docente da Unigranrio-Afya, afirma que, apesar do autoconhecimento das mamas ser positivo, é ideal realizar os exames corretos para o diagnóstico. "Quando a gente fala de um Brasil, no qual não existe uma forma de rastreio organizada - situação chamada de rastreio oportunístico -, notamos que nem todas mulheres que estão em idade de fazer a mamografia realizam o exame. Isso é preocupante, porque percebemos uma redução da faixa etária de mulheres com câncer de mama. Então, a unanimidade é fazer um rastreio de mulheres dos 40 aos 69 anos, que chamamos de rastreio organizado. O cenário ideal seria fazer o rastreio anual, porém, por uma questão de custos, às vezes recomendamos rastreio de dois em dois anos."

Punição divina?

A pesquisa do Ipec também mostrou que 8% das mulheres acham que o câncer de mama é uma punição divina, e outras acreditam que está relacionado à ausência de perdão ou acúmulo de mágoas. Nesse cenário, como lidar com a doença sem culpabilização e de forma emocionalmente saudável? 

"O que a gente nota na prática é um perfil diferenciado. Uma pergunta que as mulheres costumam fazer é: 'porque eu?'. Por isso, durante o tratamento do câncer, recomendamos grupos de apoio. Há pacientes que carregam mágoas e pensamentos negativos e ainda têm que lidar com um tratamento pesado, o que pode atrapalhar no processo de melhora. Mesmo que o resultado final não seja bom, o processo de tratamento da doença pode ser mais leve caso o paciente tenha um acompanhamento psicológico adequado e encare o processo de forma positiva. Deus não está punindo ninguém, as pessoas têm que ser acompanhadas para não remoer essas questões. Faz parte do tratamento mudar a forma de pensar. A positividade tem que estar presente. Isso faz parte da de um resultado bom durante o tratamento", finaliza Clara.

Revista Malu Revista Malu
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