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Ozempic: entidades médicas alertam sobre uso do remédio para emagrecer

ABESO e SBEM publicaram uma nota conjunta sobre o uso de semaglutida

30 mar 2023 - 13h42
(atualizado às 14h09)
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Ozempic
Ozempic
Foto: REUTERS/George Frey

Relatos de uso da semaglutida para o tratamento da obesidade e para emagrecimento - com ou sem orientação médica, inclusive por celebridades - vêm se multiplicando nas redes sociais. Preocupadas com a disseminação do tratamento não previsto em bula, a Associação Brasileira para o estudo da Obesidade (ABESO) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) publicaram uma nota conjunta sobre o uso do fármaco na quarta-feira, 29, com "orientações à população".

Também são cada vez mais comuns relatos de dificuldades de pacientes que utilizam o medicamento Ozempic, nome comercial do remédio que tem como princípio ativo a semaglutida, para o tratamento de diabete tipo 2 não controlada, para encontrar o remédio nas farmácias brasileiras.

No início de fevereiro, a Novo Nordisk, fabricante do remédio, disse que o desabastecimento é resultado de uma procura muito maior do que a prevista. "Cabe ressaltar que não há problemas de qualidade ou regulatórios com o medicamento." No mesmo mês, a fabricante informou que o reabastecimento de distribuidores, atacadistas e farmácias no País deve ser normalizado durante o segundo trimestre de 2023, com o aumento da capacidade de produção anual da empresa.

Estilo de vida

Por meio do comunicado, as entidades médicas esclarecem que a obesidade é uma doença crônica, complexa, multicausal e de difícil tratamento. Desta forma, nenhuma medicação deve ser usada sem prescrição e acompanhamento médico.

"O tratamento medicamentoso da obesidade, sempre em conjunto com estratégias de estilo de vida, é recomendado em diversas diretrizes de tratamento ao redor do mundo por aumentar a eficácia dessas estratégias. Como qualquer outra doença crônica, a manutenção da eficácia dependerá da manutenção do tratamento e é esperado que a recuperação de peso ocorra caso o tratamento medicamentoso seja abandonado", diz o comunicado.

"A indicação de um tratamento medicamentoso deve ser feita por médico capacitado, levando em conta indicações, contraindicações, tolerabilidade e expectativas do paciente, não se baseando apenas no IMC, mas sim em uma ampla gama de aspectos que devem ser tratados em consulta."

A semaglutida é uma medicação aprovada para obesidade em diversos países no mundo na dose de 2,4 mg/semana, de acordo com as entidades. No Brasil, apesar de aprovada desde 2 de janeiro, a dose de 2,4 mg ainda não está sendo comercializada. No momento, apenas a formulação para diabete tipo 2, com dose máxima de 1,0 mg, está disponível no País.

"Assim, embora, a priori, o uso da dose de 1,0 mg seria considerado 'off-label', o princípio ativo está atualmente aprovado para obesidade. Infelizmente, o alto custo da medicação impede que seja usado pela maior parcela de nossa população, que não tem acesso a medicamentos para obesidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS)", diz ainda o comunicado.

Ainda de acordo com a ABESO e a SBEM, vêm sendo dissiminadas informações que confundem e misturam o que é o tratamento sério da obesidade e o que significa o "desejo social de emagrecer".

"O uso de curto prazo de medicações para fins estéticos (e muitas vezes sem prescrição médica) deve ser tratado de forma muito distinta do que o tratamento sério da obesidade, que tem como objetivo a melhora de saúde e qualidade de vida", acrescentou.

Não obstante, como qualquer outra medicação, dizem, a comercialização deve ser feita somente sob prescrição médica. A venda sem prescrição, destacam as entidades, deve ser desencorajada e vetada, e é função do profissional farmacêutico que preste atenção à receita e siga os protocolos padrões da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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Estadão
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