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Paraná pretende testar vacina russa a partir de outubro em pelo menos dez mil voluntários

Instituto de Tecnologia do Paraná espera iniciar os testes em voluntários, inicialmente em profissionais da saúde, em até 50 dias

27 ago 2020 - 21h24
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CURITIBA - O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) anunciou nesta quinta-feira, 27, a intenção de testar a vacina russa contra a covid-19 em pelo menos dez mil voluntários. O protocolo para validar a fase 3 dos estudos clínicos deve ser submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em até 30 dias. Depois de aprovado, o Estado estima um prazo de duas semanas para realizar os ajustes finais. Em um cenário realista, o Tecpar espera iniciar os testes em voluntários em 50 dias.

Uma comitiva paranaense realizou duas reuniões em Brasília, nesta quinta-feira, com o objetivo de acelerar o processo de aprovação dos testes. Pela manhã, os emissários se encontraram com representantes da Anvisa. "Foi uma reunião de alinhamento. O protocolo nós conhecemos, mas é importante conversar, tirar dúvidas e buscar soluções. Saímos bem informados", disse ao Estadão o diretor-presidente do Tecpar, Jorge Callado, que durante à tarde também participou de um encontro com o embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov.

Segundo Callado, a prioridade é aprovar o início da fase 3 dos estudos clínicos em território brasileiro. A etapa final serve para atestar a segurança e a eficácia do imunizante. Para tanto, é necessário analisar os resultados em milhares de pessoas. O processo leva, no mínimo, dois meses para ser concluído.

O número exato de voluntários ainda não foi definido pelo Tecpar. Inicialmente, o instituto pretende testar a vacina russa em profissionais da área da saúde e em pessoas que compõem grupos de risco. Em larga escala, a fase 3 também tem o objetivo de revelar como os antígenos respondem de forma diferente em cada grupo.

Tecnologia russa

A vacina que o Governo do Paraná pretende testar a partir de outubro é a Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleia de Moscou. Um acordo embrionário para auxiliar os estudos e viabilizar a transferência de tecnologia foi assinado no dia 12 de agosto.

No início do mês, uma força-tarefa liderada pelo Tecpar foi criada para ampliar a troca de informações com a Rússia. O acordo é protegido por termos de confidencialidade. "Nós estamos promovendo o intercâmbio de informações e analisado os dados internamente. Todas as informações serão submetidas à Anvisa no momento em que solicitarmos a autorização para a fase 3", explicou Jorge Callado.

Vencida a fase três, as próximas etapas incluiriam o registro e a produção da vacina. Não há estimativa de prazo para a conclusão do processo.

De acordo com o Tecpar, a Rússia tem mostrado uma boa capacidade de transferência de tecnologia e metodologia. O Instituto Gamaleia de Moscou trabalha com uma técnica inovadora que utiliza dois tipos de adenovírus humanos para provocar uma reação imune ao Sars-CoV-2, causador da covid-19.

Estadão
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