Parkinson: estudo revela novos fatores de risco para a doença
Esportes de contato e agrotóxicos foram ligados a até um terço dos casos
Pesquisadores de Neurologia da Universidade do Alabama em Birmingham (UAB), nos Estados Unidos, identificaram dois fatores de risco modificáveis associados a casos de doença de Parkinson.
Em um estudo recente, 1.223 voluntários foram avaliados, revelando que golpes repetidos na cabeça (como em esportes de contato) e exposição a agrotóxicos estão ligados a até um terço dos diagnósticos.
Enquanto aspectos como idade e genética são imutáveis, a pesquisa destaca a importância de intervir em fatores ambientais para prevenir a doença. A associação entre a doença de Parkinson e golpes na cabeça, mesmo sem manifestação médica, foi destacada como uma descoberta notável, sugerindo a necessidade de mais estudos para confirmar esse vínculo.
Os pesquisadores enfatizam que a combinação desses fatores de risco representa um terço dos casos entre homens e um quarto entre mulheres.
'Doença está aumentando rapidamente no mundo'
Haydeh Payami, professora da UAB, ressalta que casos evitáveis podem resultar na eliminação de produtos químicos tóxicos e da adoção de medidas para tornar os esportes de contato mais seguros.
“A doença de Parkinson está aumentando rapidamente em todo o mundo, e há uma suposição tácita de que não há prevenção, mas há. Nossa pesquisa demonstrou que uma fração substancial da doença no Extremo Sul é atribuível a fatores de risco que podem ser reduzidos ou evitados. Nosso artigo apresenta um número de quantos casos poderiam ser potencialmente evitados se os produtos químicos tóxicos fossem eliminados e se tornassem esportes de contato como o futebol americano mais seguros”, diz a pesquisadora em comunicado.
Contudo, os pesquisadores alertam que a prevalência desses fatores pode variar por região, citando a proibição de agrotóxicos nos Estados Unidos que são permitidos na Europa.