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Pazuello admite que matéria-prima para vacinas pode ser obstáculo no cronograma de imunização

A posição do general consta de ofício encaminhado nesta quarta-feira, 10, ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e ao presidente da Câmara, Arthur Lira

10 mar 2021 - 23h36
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O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que atrasos na entrega do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), matéria-prima para as vacinas produzidas no Brasil, podem ser os principais obstáculos no cumprimento do cronograma vigente para entrega dos imunizantes aos Estados brasileiros. A posição do general consta de ofício encaminhado nesta quarta-feira, 10, ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), e ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas).

O documento assinado por Pazuello presta informações pedidas em caráter de urgência pelos parlamentares. Em um dos pontos, Lira e Pacheco pedem que o ministro aponte quais os principais obstáculos enfrentados neste momento para que o cronograma vigente seja cumprido. A resposta do general quanto às vacinas fabricadas no Brasil pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz destaca as questões ligadas ao IFA.

"Os principais obstáculos podem ser atrasos na entrega de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) relacionados a ingerências e condicionantes políticas dos governos sede dos laboratórios com os quais a Fiocruz (AstraZeneca-Oxford) e o Butantan (Sinovac) possuem contrato, técnicas de produção e demandas locais e globais do produto, o que atrasaria a produção local", escreve Pazuello.

O governo federal já teve de se debruçar sobre a importação do IFA. No final de janeiro, o insumo que estava previsto para chegar para o Butantan ficou retido na China, o que levou a atritos políticos entre o governador João Doria (PSDB) e o governo do presidente Jair Bolsonaro. As remessas previstas então foram liberadas e já são usadas no Brasil para produção da Coronavac e da vacina do laboratório AstraZeneca em parceria com a Fiocruz.

A dependência do IFA importado da China deve continuar sendo uma realidade para o Brasil nos próximos meses. O Ministério da Saúde reforça no ofício que o cronograma de distribuição de doses aos Estados está mantido.

Sobre as vacinas importadas, como as doses da Pfizer, da Sputnik V, da Janssen, da Moderna e da Bharat Biotech, o ministro elenca três obstáculos que podem se apresentar: atrasos na apresentação dos relatórios para análise da Anvisa, atrasos na produção dos laboratórios no país de origem, atrasos na liberação para importação pelo Brasil. A gestão Pazuello à frente do ministério e do governo Bolsonaro como um todo é criticada por especialistas em razão da demora nas tratativas com as farmacêuticas.

Por fim, o ministro pede união de esforços. "Destaca-se a necessidade urgente de empreender esforços políticos e diplomáticos conjuntos entre governo federal, Congresso Nacional, Estados e municípios, para, de forma integrada, assegurar a disponibilização das vacinas, de maneira eficaz e segura, à população brasileira contra a covid-19 em menor tempo possível. Dessa forma, será possível conter os sofrimentos decorrentes da pandemia e retomar o crescimento econômico do país."

Estadão
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