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Pele e olhos amarelos: tiktoker explica sua aparência 6 anos após transplante de fígado

Jovem de 21 anos compartilha sua jornada com quatro doenças autoimunes e crônicas

1 out 2024 - 12h44
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Jovem de 21 anos compartilha sua jornada com quatro doenças autoimunes e crônicas
Jovem de 21 anos compartilha sua jornada com quatro doenças autoimunes e crônicas
Foto: Reprodução/Tiktok/@justembasworld

A jovem Emma, de 21 anos, viralizou no TikTok por causa da cor amarelada da sua pele e da sua esclera, chamada popularmente de "branco dos olhos". Nos vídeos compartilhados por ela na plataforma, Emma conta que passou por um transplante de fígado há seis anos e desenvolveu hepatite autoimune, tireoidite de Hashimoto, hipetireodismo e anemia. 

“Tenho um time de médicos que eu vejo regularmente. Sei que meus olhos são amarelos, minha pele é amarela”, diz Emma em um dos vídeos no qual responde os comentários que recebe pela sua aparência.

A tiktoker conta que tem bilirrubinas elevadas, o que está causando o amarelamento dos olhos e da pele (icterícia), um sinal típico de insuficiência hepática, ou seja, o fígado não está funcionando adequadamente.

@justembasworld to make a very long complicated update/explanation short #fyp #foryou #chronicillness #chronicillnessawareness #autoimmunedisease #livertransplant #liverdisease #liverrejection #sickomode ♬ original sound - Noah Kahan

Ela diz que foi diagnosticada com três condições diferentes, das quais uma foi curada. No entanto, uma dessas condições ainda não foi tratada, e a outra é extremamente rara, deixando os médicos incertos sobre o tratamento adequado.

Por que pacientes ficam "amarelos"?

O Terra Você conversou com o médico hepatologista dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, Jean Tafarel, que respondeu sobre questões relacionadas ao transplante de fígado e possíveis complicações. 

De acordo com o médico, o amarelamento da pele e dos olhos (icterícia) em pacientes transplantados de fígado pode ter diversas causas. A primeira possibilidade é a rejeição tardia, que pode ocorrer mesmo anos após o procedimento.

Outra causa possível é uma infecção generalizada ou localizada em outra parte do corpo, como uma infecção urinária, que pode acabar afetando o fígado. Além disso, se o paciente não for imunizado contra a hepatite A, pode contrair a doença e desenvolver icterícia. 

Outra possibilidade é o uso de medicamentos que causem lesões hepáticas induzidas por fármacos. Segundo o médico, essas são as principais causas, embora existam outras menos comuns que podem ser investigadas.

Icterícia é sinal de complicação grave

O médico conta que a icterícia pode ser sinal de uma complicação grave no fígado ou no sistema hematológico. Ele explica que a icterícia está associada ao aumento das bilirrubinas, que podem ser divididas em bilirrubina direta e indireta. 

Se houver predomínio da bilirrubina direta, o quadro provavelmente está relacionado ao fígado. Se a bilirrubina indireta for predominante, pode haver um componente hematológico. 

Ele esclarece que a bilirrubina é formada a partir do metabolismo das hemácias (células vermelhas do sangue) e que, ao investigá-la, também é necessário avaliar as funções hepáticas por meio de exames como transaminases, fosfatase alcalina, gamma-GT, além de testes de coagulação e ultrassom do abdômen.

Pacientes transplantados precisam de acompanhamento regular

O especialista ressalta que os pacientes transplantados de fígado precisam de acompanhamento regular com um hepatologista, especialista em fígado. Segundo o Dr. Tafarel, complicações como hemólise (destruição das hemácias) ou toxicidade medicamentosa que afete a medula óssea, responsável pela produção de células sanguíneas, podem requerer a intervenção de um hematologista. 

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Pacientes transplantados podem, por exemplo, apresentar uma baixa produção de glóbulos brancos devido ao uso de imunossupressores, o que pode ser uma complicação comum. A anemia também pode ocorrer, sendo necessário investigar se há falta de ferro, vitamina B12 ou outros nutrientes essenciais para a medula. 

“A longo prazo, há um risco maior de doenças linfoproliferativas, como linfomas, devido à imunossupressão. O acompanhamento, em geral, é feito pelo hepatologista, que avalia a necessidade de intervenção hematológica quando surge alguma evolução desfavorável”, conclui o médico.

Fonte: Redação Terra Você
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