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Perda auditiva pode levar à demência? Especialista explica

Estudos sugerem uma associação importante entre a perda auditiva e o desenvolvimento de demência. Entenda o que se sabe

6 mar 2024 - 19h03
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De acordo com a ONU, atualmente, há cerca de 470 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência auditiva. E, até 2050, a projeção é que esse número chegue a 900 milhões. O dado, por si só, acende um alerta sobre a saúde pública mundial - principalmente quando consideramos que a perda auditiva pode levar à demência.

Perda auditiva pode levar à demência? Especialista explica
Perda auditiva pode levar à demência? Especialista explica
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

Ariane Gonçalves, audiologista e especialista em audição da clínica AudioFisa, explica que a  relação entre perda auditiva e demência é complexa e ainda não totalmente compreendida.  No entanto, estudos sugerem que existe uma associação significativa entre as duas condições.

Qual a relação entre a perda da audição e a demência?

"A perda auditiva não tratada tem sido associada a um maior risco de desenvolver demência. E alguns pesquisadores propõem que a perda auditiva pode ser um fator de risco modificável para o desenvolvimento de demência", explica a especialista.

Segundo ela, a perda auditiva não tratada pode aumentar o risco de demência por várias razões. "Uma delas é a teoria da carga cognitiva, que sugere que o esforço cognitivo necessário para compensar a perda auditiva pode sobrecarregar o cérebro, deixando-o mais suscetível a danos ou declínio cognitivo", afirma. 

Além disso, a privação sensorial causada pela perda auditiva pode levar a mudanças neurobiológicas que aumentam o risco de demência.

"Não há uma relação clara que indique se pacientes com demência têm naturalmente problemas de audição. No entanto, é possível que indivíduos com demência tenham uma maior probabilidade de também desenvolver problemas de audição devido ao envelhecimento ou a outros fatores de risco compartilhados", acrescenta a audiologista.

Uma questão que merece atenção

A profissional lembra que o tratamento da perda auditiva geralmente envolve o uso de aparelhos auditivos ou implantes cocleares, dependendo da gravidade da perda auditiva.

"O momento ideal para tratar a perda auditiva é assim que receber o diagnóstico. Isso porque o tratamento precoce pode ajudar a preservar a função auditiva e reduzir o risco de complicações, como a demência", salienta.

É importante ressaltar ainda que a perda auditiva e a demência são condições que podem afetar significativamente a qualidade de vida das pessoas afetadas. 

"Portanto, é crucial procurar ajuda médica assim que os sintomas forem notados e seguir um plano de tratamento adequado. Além disso, medidas de prevenção, como evitar a exposição a ruídos altos e proteger a audição, podem ajudar a reduzir o risco de perda auditiva ao longo da vida", finaliza a profissional.

Saúde em Dia
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