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Perfume com feromônio não funciona na sedução, diz psicóloga

Substância influencia atitude de insetos e de outros animais, mas escolhas humanas não podem ser explicadas apenas por hormônios, afirma especialista

5 jun 2014 - 08h01
(atualizado às 08h01)
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Perfumes com feromônios prometem ser mais uma arma para a sedução. No entanto, pesquisas mostram que não funcionam com humanos. Não podemos atribuir o poder total de nossas escolhas apenas aos hormônios, diz a psicóloga Maristela Aparecida Boldo
Perfumes com feromônios prometem ser mais uma arma para a sedução. No entanto, pesquisas mostram que não funcionam com humanos. Não podemos atribuir o poder total de nossas escolhas apenas aos hormônios, diz a psicóloga Maristela Aparecida Boldo
Foto: Shutterstock

Quase todo mundo já recebeu, por e-mail, mensagens com propaganda de perfumes compostos por uma “porção mágica do desejo”, capaz de provocar atrações irresistíveis, de deixar o parceiro “viciado” em você. O elixir do prazer atende pelo nome de feromônio, um tipo de hormônio que influencia comportamentos. Antes de gastar dinheiro com esses produtos, leia o que tem a dizer a psicóloga Maristela Aparecida Boldo, do hospital paulistano São Cristovão: “Não podemos atribuir o poder total de nossas escolhas apenas aos hormônios; nos seres humanos, outras formas de comunicação e expressão são mais importantes”.

Os tais feromônios de fato existem. São substâncias secretadas por animais, afetando outros indivíduos da mesma espécie. Servem como meio de comunicação – um exemplo clássico é o da formiga que secreta a substância para avisar as outras de que há alimento por perto (o que ajuda a explicar por que volta e meia esses insetos aparecem ao redor do seu açucareiro). E, sim, servem também como sedução.

Ao que parece, humanos também emitem. “É demonstrado que bebês reconhecem sua mãe pelo cheiro, e a mãe consegue reconhecer a roupa de seu bebê no meio de outras”, diz Maristela. Algumas pesquisas atribuem ao feromônio fenômenos como mulheres que trabalham juntas passarem a menstruar na mesma época.

Mas, na sedução, a coisa é bem diferente. “Em algumas pesquisas, é observado que não há diferença no comportamento de jovens que usam perfumes com e sem feromônios”, afirma a psicóloga. “Outras formas de comunicação e expressão são mais importantes e mais desenvolvidas, tais como expressão facial, indicadores de beleza física, tipos de roupas, determinadas cores, conteúdo socioeconômico e cultural, indicadores de status, valores morais semelhantes”.

Isto, claro, não é desculpa para deixar de usar perfume. “Os de qualidade podem atrair pessoas que estão mais sensíveis àquele cheiro, podemos nos atrair por odores agradáveis, mas não é sinal exclusivo de interesse sexual na pessoa”, lembra Maristela.

Para não dizer que os perfumes com feromônios são completamente inúteis, eles, na verdade, até cumprem uma função. “Atribuir aos feromônios o ‘poder da conquista’ é uma forma de nos eximir de qualquer responsabilidade sobre o resultado negativo de um flerte”, finaliza Maristela.

Fonte: PrimaPagina
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