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Pesquisa revela que parto de brasileiras ocorre antes do tempo correto

Pesquisa do Insper revelou que as mulheres estão dando à luz antes do tempo ideal, o que coloca em risco a saúde do bebê

22 jul 2024 - 19h43
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Uma pesquisa recente do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), divulgada no periódico Health Economic, revelou que brasileiras estão dando à luz antes do tempo. O parto antecipado, segundo o estudo, pode prejudicar a saúde dos bebês. 

Pesquisa revela que parto de brasileiras ocorre antes do tempo correto
Pesquisa revela que parto de brasileiras ocorre antes do tempo correto
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

As evidências apontam a antecipação de cesarianas previstas para acontecer principalmente durante o Carnaval, o que pode beneficiar o conforto dos médicos e das mães. 

Apesar do Carnaval ter sido uma referência para o estudo, acredita-se que o movimento vem ocorrendo nos diversos feriados que ocorrem ao longo do ano. Portanto, as cesarianas antecipadas não são limitadas à comemoração que geralmente ocorre em Fevereiro. 

Vale destacar que o Brasil está em segundo lugar no ranking de países com maiores taxas de partos cirúrgicos, segundo o Ministério da Saúde. Aqui, cerca de 55% dos partos são cesárea, número menor apenas que a taxa da República Dominicana, de 58%.

O alto índice vai contra as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda que a proporção de partos cesarianos seja somente de 15%. 

Cesárea ou parto natural?

A relação entre a cesariana e o parto natural foi levantada pelo estudo. De acordo com os pesquisadores, o nascimento por meio do parto natural possui uma melhor performance em termos de maturidade gestacional e sobrevivência neonatal. Isso porque respeita o número de semanas correto para ter o parto sem riscos à saúde.

"O parto natural pode ser mais benéfico para a saúde do bebê já que apresenta um risco menor para o desenvolvimento de problemas respiratórios, além de também ajudar o bebê a desenvolver a sua flora intestinal, tendo também um sistema imunológico mais ativo e saudável, afirma Marcelle Bonomo, coordenadora de pediatria do Grupo Conaes Brasil.

Já entre os benefícios para mãe, estão a recuperação materna mais rápida, o menor tempo de internação hospitalar e a menor chance de ter infecções, acrescenta a especialista.

Riscos para a saúde do bebê

A médica reforça que a prática de antecipar o parto pode trazer uma série de riscos, inclusive a longo prazo, para o bebê. "Antecipar partos sem indicação médica pode trazer problemas respiratórios crônicos para as crianças, além de outras séries de complicações, como distúrbios de crescimento, deficiências oculares e auditivas",alerta a especialista. 

Conforme Marcelle, o ideal é que o parto ocorra o mais próximo possível da data prevista para permitir o completo desenvolvimento do bebê, geralmente entre 39 e 40 semanas de gestação. Isso porque esta é uma forma de minimizar as chances de patologias, permitindo o desenvolvimento completo dos órgãos vitais da criança. "Essa previsão só não deve ser mantida caso seja uma gestação de alto risco, e com indicação do obstetra", explica. 

Além disso, crianças prematuras enfrentam um maior desafio na amamentação, necessitando muitas vezes de suporte adicional, associado à dificuldade no ganho de peso. 

"Há uma maior chance de desenvolver icterícia por imaturidade do fígado, aumentam os riscos de infecções, podendo ocasionar em sepse neonatal e em problemas neurológicos. Também há uma maior chance de internações em unidade de terapia intensiva, principalmente porque os pulmões do bebê podem não estar totalmente desenvolvidos", pontua Marcelle. 

Os responsáveis pelo levantamento feito pelo Insper enfatizam a necessidade de políticas públicas que restrinjam o adiantamento de partos sem justificativas médicas para minimizar o nascimento de bebês prematuros.

Saúde em Dia
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