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Pornografia em excesso reduz atividade cerebral dos homens

Ainda não se sabe, por exemplo, se assistir a vídeos pornôs geram mudanças no cérebro ou se as pessoas já nascem com certos tipos cerebrais assistem mais a pornografia. Dê sua opinião

31 mai 2014 - 15h45
(atualizado em 8/12/2014 às 16h31)
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<p>Quanto maior exposição à pornografia, pior a ligação entre o corpo estriado e o córtex pré-frontal, associado ao comportamento de decisão</p>
Quanto maior exposição à pornografia, pior a ligação entre o corpo estriado e o córtex pré-frontal, associado ao comportamento de decisão
Foto: Getty Images

Homens que buscam por certa quantidade de pornografia tendem a ter menos volume de atividade nas regiões do cérebro associadas à recompensa e à motivação, segundo indica um estudo alemão publicado no jornal Jama Psychiatry. 

Isso não significa que procurar por material pornográfico causa a perda de atividade cerebral. 

Ainda não se sabe, por exemplo, se assistir a vídeos pornôs geram mudanças no cérebro ou se as pessoas já nascem com certos tipos cerebrais assistem mais a pornografia, disse por e-mail  a autora principal do estudo, Simone Kühn, do Instituto Max Planck de Desenvolvimento Humano, em Berlim. 

Ela afirma que, infelizmente, o estudo não responde a esta questão. “Mas é claro que os resultados apontam a primeira evidência de uma relação entre o consumo de pornografia e a redução do tamanho da atividade do cérebro, em resposta aos estímulos sexuais.” 

Com seu colega Jürgen Gallinat, da Universidade Charité, também de Berlim, ela reuniu 64 homens saudáveis entre 21 e 45 anos para perguntar seus hábitos de consumo de pornografia. 

Eles estudaram seus cérebros por imagens, para determinar o volume e ver como reagiam diante de fotos pornográficas. “Observamos que o tamanho do corpo estriado, uma região que está associada com o processamento da recompensa e da motivação, diminuía quanto maior era o consumo de pornografia”, disse Kühn. “A mesma relação se observou com a ativação de outra região cerebral, que também é parte do corpo estriado e se ativa diante do estímulo sexual”, acrescentou. 

E mais: quanto maior exposição à pornografia, pior a ligação entre o corpo estriado e o córtex pré-frontal, associado ao comportamento de decisão. 

Dado que o estudo não prova que assistir pornografia causa mudança nestas funções, Kühn diz que não poderia dizer se o consumo deste material é perigoso. “Tudo em excesso faz mal, mas talvez não seja terrível com moderação”, opinou o Gregory Tau, da Columbia University/Instituto Estatal de Psiquiatría de New York, que não participou do estudo. 

São necessárias mais investigações e estudos para comprovar se a pornografia produz alterações cerebrais. 

Kühn recorda que outras atitudes, como conduzir um taxi, também estão associadas à variação de tamanho e funcionamento do cérebro.  “Basicamente, toda atividade que se realiza com frequência pode modificar a estrutura e o funcionamento cerebral”, disse. 

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