'Precisamos decidir se serão mais anos de velhice ou mais anos de vida'
Para Alexandre Kalache, referência internacional em longevidade, País vive uma 'revolução'
Revolução é um caminho sem volta e o Brasil está vivendo a revolução da longevidade, assegurou Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil, durante o Summit Saúde e Bem-Estar, promovido nesta segunda-feira, 14, pelo Estadão.
"Nossa população nunca mais vai ser a mesma", sentenciou, lembrando que o País terá menos bebês, crianças, adolescente e adultos jovens nas próximas décadas.
"O único segmento que vai continuar a crescer são os 60+. Agora, precisamos decidir se serão mais anos de velhice ou mais anos de vida. Se nós não dermos certo, o País afunda", disse o geriatra de 78 anos que há mais de 50 se dedica a estudar o envelhecimento.
Dar certo, no caso, significa primeiramente combater o idadismo (também conhecido como etarismo ou ageísmo), ideologia que pressupõe que o jovem tem mais valor do que o velho.
Enfrentado o preconceito, Kalache elenca fatores de risco a serem evitados e pilares a serem cultivados com dedicação — uma tarefa que cabe tanto à sociedade como a cada brasileiro individualmente.
Os fatores de risco são aqueles que levam a enfermidades precoces, como tabagismo, consumo de álcool, dieta pouco saudável e sedentarismo. Já os pilares da longevidade saudável dizem respeito ao direito à saúde, participação ativa na sociedade, garantia de segurança e proteção e, por fim, acesso contínuo ao conhecimento.
"A vida não é uma corrida de cem metros, que termina em segundos. A vida é uma maratona cada vez mais longa. E maratona precisa de perseverança, determinação, resiliência e sobretudo de aprendizado. O País só vai dar certo com educação da infância à velhice."
O "Summit Saúde e Bem-Estar - O futuro da saúde já chegou? aconteceu nos dias 13 e 14 de outubro, no Espaço de Eventos do Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. Veja aqui outros temas discutidos nesta edição.