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Prefeitos lançam nova fase de campanha sobre importância da vacinação

Primeira etapa foi iniciada em agosto de 2020 para auxiliar comunicação dos municípios no combate à pandemia; ideia é unir esforços para economizar recursos

25 fev 2021 - 23h10
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Prefeituras de todo o País lançam nesta sexta-feira, 26, a segunda fase da campanha 'Cidades contra a covid-19'. Com materiais publicitários de fontes como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a iniciativa objetiva conscientizar a população e auxiliar prefeitos e gestores da saúde na divulgação de informações sobre a importância da vacinação e necessidade da manutenção de medidas de prevenção, inclusive entre pessoas já vacinadas. O lançamento oficial da plataforma ocorrerá em reunião virtual com representantes das entidades participantes nesta sexta-feira, 26.

A iniciativa é da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), e, nesta etapa, irá aumentar a abrangência do projeto com a participação do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). A campanha tem apoio da organização global de saúde pública, Vital Strategies. Também está previsto que a ação nacional de utilidade pública contará com a participação de influenciadores digitais para apoiar na disseminação das informações.

Lançada em agosto do ano passado, a campanha foi uma resposta à falta de coordenação federal no controle da doença e a primeira iniciativa a propor uma comunicação para unificar a linguagem com os municípios no combate à pandemia. A partir de agora, novos materiais serão adicionados periodicamente à plataforma, acompanhando as necessidades do processo de vacinação, como a implementação de novos imunizantes no Plano Nacional de Imunização (PNI) e outras demandas relativas à covid-19.

Campanha das cidades contra a covid entra na 2ª fase com foco em vacinação; Conass e Conasems ingressam no movimento
Campanha das cidades contra a covid entra na 2ª fase com foco em vacinação; Conass e Conasems ingressam no movimento
Foto: Divulgação / Estadão

O diretor executivo da Vital Strategies no Brasil, Pedro de Paula, avalia que é uma segunda fase mais necessária, pois a pandemia está em um momento pior e a campanha vem mais forte. "Essa segunda fase vem com o mesmo espírito da primeira, com o objetivo de fornecer elementos e materiais para cidades e Estados poderem promover campanhas de comunicação de risco de forma adequada. Um elemento muito essencial de qualquer política de saúde pública é a comunicação de risco, a mudança de comportamento, a percepção do tamanho do problema e mensagens claras de como agir. A gente percebe que as cidades têm carência neste tipo de recurso e as dificuldade de se construir isso sozinho em meio a tantas demandas durante a pandemia".

E considera que as parcerias para este ano irão aumentar a capilaridade do projeto. "Neste segundo momento convidamos o Conass e o Conasems para fazer parte desse grupo para dar mais capilaridade ainda para atingir todos os Estados e municípios e trazer também as pastas de saúde e não apenas os prefeitos, que são lideranças importantes, que tem demandado muito entre as suas lideranças por mais apoio e mais condições de desenvolver esse tipo de comunicação de risco", disse.

O secretário executivo da Frente Nacional de Prefeitos, Gilberto Perre, analisa que a campanha irá colaborar até na economia de recursos das gestão municipais. "Os prefeitos ficaram muito satisfeitos com a possibilidade dessa parceria, uma vez que nas cidades há necessidades de comunicar com a população e, você imagina que tristeza que seria no meio da pandemia, com restrições fiscais, se cada cidade desenvolvesse campanhas próprias com conteúdo comum às cidades brasileiras. Essa campanha supre bastante a lacuna que é a falta de informação qualificada para a população. Independentemente se cada cidade vai precisar adequar algum conteúdo específico para seu público em determinados momentos, a disponibilização das peças economiza dinheiro público, oportuniza que os municípios, de uma forma muito ágil, façam a veiculação."

Campanha das cidades contra a covid entra na 2ª fase com foco em vacinação; Conass e Conasems ingressam no movimento
Campanha das cidades contra a covid entra na 2ª fase com foco em vacinação; Conass e Conasems ingressam no movimento
Foto: Divulgação / Estadão

A plataforma disponibilizará materiais de comunicação baseados em evidências e recomendações científicas de organizações como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e terá um guia sobre o processo de comunicação da vacinação. Os materiais poderão ser baixados diretamente no site cidadescontracovid19.org para que cada prefeitura faça o download, insira o logotipo da própria cidade e divulgue a campanha, em diferentes formatos, incluindo filmes de TV, spots de rádio, flyers, releases e peças de redes sociais.

Para Pedro de Paula, havia preocupação sobre possível desinteresse da população em ser vacinada, mas que hoje a atenção tem de estar na ordem de vacinação. "Em algum momento vamos precisar fazer rodadas de campanha sobre desinformação e confiança na vacina, mas isso vai depender da adesão ou não, mas me parece que neste momento não é um problema ainda. Estamos justamente tendo que nos preocupar com a fura-fila e não com o engajamento das pessoas em serem vacinadas. As peças que a gente vai fornecer sobre grupo prioritários, datas, intervalo entre a primeira e a segunda dose a depender da vacina, qual comportamento ter durante este período e tudo para reforçar a importância em observar a fila", comenta.

E finaliza. "A gente tem membros nessa campanha da comissão tripartite do SUS e ela é uma campanha que também representa a vontade de membros do SUS. Isso é importante deixar claro, os atores estatais e da sociedade civil, como nós, estão cooperando para ter uma campanha coordenada nacional, baseada em evidências, testada e desenhada para trazer materiais globalmente aceitos e provados que funcionam, com pesquisas e mensagens claras e simples."

Prefeitos não descartam a possibilidade de comprar diretamente com fabricantes

Com a escassez de vacinas disponibilizadas pelo Ministério da Saúde, a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do imunizante da Pfizer e o entendimento do Supremo Tribunal federal (STF) que permitiu a compra de vacinas por Estados e municípios em caso de falta de doses da União, não está descartada a busca das próprias cidades para a aquisição de imunizantes. No entanto, a posição institucional da FNP é de que agora é o momento de apostar no Plano Nacional de Imunizações (PNI) e que uma corrida federativa para compra de vacinas pode trazer ruídos e consequências negativas para o processo de imunização do País.

Mas, de acordo com Gilberto Perre, há iniciativas de vários prefeitos de capitais e de cidades do interior querendo e se preparando para a compra de vacinas. "(Prefeitos) já fizeram contatos com executivos de empresas que fornecem vacinas e esse já é um ambiente facilmente identificável e até sugeriram a possibilidade de a FNP tomar a iniciativa de eventualmente constituir um consórcio público para aquisição de vacinas contra a covid. Esse assunto tem sido tratado entre os prefeitos", disse.

Apesar de a FNP não endossar a compra por municípios, a situação pode mudar se o governo federal não agir rapidamente para a aquisição de imunizantes. "É necessário esperar mais alguns dias para ver como será o comportamento do governo, porque uma coisa é o vice autorizar a compra e a outra é a disposição do governo em negociar com as empresas." Perre também diz que os prefeitos têm reiterado a importância do investimento no País em ciência e tecnologia. "A importância da produção nacional de vacinas, que possam responder de forma ágil às variantes brasileiras já identificadas e eventuais novas que possam aparecer, porque a tendência, aumentando o número de variantes, é aumentar a gravidade da situação."

E alerta. "Vacinas importadas, especialmente em quantidades insuficientes, não serão a solução. Por isso, não é possível continuarmos com essa escassez de recursos e com esse desinvestimento em ciência e tecnologia, porque isso pode nos custar muito caro ainda esse ano."

Estadão
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