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Prevenir para salvar: a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama

No Outubro Rosa, o A.C.Camargo Cancer Center reforça a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama

3 out 2023 - 00h11
(atualizado às 10h25)
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O Outubro Rosa é conhecido mundialmente por ser o mês no qual se realizam campanhas de prevenção e de diagnóstico precoce do câncer de mama - segundo tipo da doença mais comum entre mulheres no País, ele só fica atrás do câncer de pele não melanoma.

Como faz anualmente, o A.C.Camargo Cancer Center, líder em produção de conhecimento científico sobre oncologia e centro de referência internacional em ensino, pesquisa e tratamento multidisciplinar, aproveita a ocasião para também reforçar a conscientização da necessidade de diagnóstico precoce da doença.

A instituição, que completou sete décadas este ano, mais uma vez se mobiliza em uma campanha que promove a prevenção como ferramenta essencial para aumentar as taxas de cura desse tipo de câncer que, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), terá 73.610 novos casos para o triênio 2023-2025.

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Como disse o fundador da instituição, o cirurgião paulista Antônio Prudente Meireles de Moraes: "O câncer é uma doença de perfeita curabilidade, quando tratada a tempo. Os fatores essenciais para o sucesso são 'a educação do povo' e a necessidade de diagnóstico precoce". E é exatamente com essa visão - de que quanto mais cedo diagnosticado, maiores as chances de cura - que o A.C.Camargo participa do Outubro Rosa.

"Nós temos um trabalho contínuo com ações de awareness para orientar a população com todas as informações disponíveis sobre tratamento e prevenção da doença. No Outubro Rosa, aproveitamos para que isso seja mais efetivo, já que o público está mais aberto a ouvir sobre o assunto", conta a dra. Fabiana Makdissi, líder do Centro de Referência em Tumores de Mama do A.C.Camargo Cancer Center.

Dra. Fabiana Makdissi, líder do Centro de Referência em Tumores de Mama do A.C.Camargo Cancer Center
Dra. Fabiana Makdissi, líder do Centro de Referência em Tumores de Mama do A.C.Camargo Cancer Center
Foto: Divulgação / Estadão

Qualidade de vida como prevenção

Para se evitar a doença, recomenda-se alguns cuidados referentes à qualidade de vida das pessoas, como, por exemplo, a manutenção do peso. "Isso porque a gordura periférica sempre produz hormônios e aumenta o risco da doença", revela a dra. Fabiana.

Também é importante alimentar-se de forma adequada, tentando evitar produtos ultraprocessados e o excesso de açúcar, controlar o sedentarismo e realizar os exames de autoconhecimento.

O paciente oncológico não deve entender a doença como evento limitador de suas rotinas normais. É essencial ter consciência de que, mesmo para os casos sem cura, os saltos da oncologia e o leque de opções terapêuticas, com medicamentos e tecnologias modernas, permitem o controle da doença e resultam em uma vida com qualidade.

A importância da prática de exercícios

A prática de exercícios também é uma das maneiras mais eficientes de se prevenir a doença. Alguns estudos recentes revelam que manter uma rotina de atividades físicas é benéfico na prevenção do câncer. "A atividade física é um dos principais fatores de estilo de vida que interagem com o câncer de mama, tanto como ação redutora de risco quanto de reincidência do tumor. Para as mulheres em tratamento com quimioterapia ou hormonioterapia, por exemplo, o exercício físico pode reduzir a intensidade dos efeitos colaterais da medicação", conta dra. Solange Sanches, vice- líder do Centro de Referência em Tumores de Mama do A.C.Camargo.

E quando falamos em atividades físicas, vale, além de esportes, outras atividades, como caminhar, dançar, pedalar e também atividades de força muscular, que fazem muita diferença. O importante é a prática!

Além da questão genética e de estilo de vida, há outros fatores que podem resultar na doença. "O uso de hormônios, como pílulas anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal, pode aumentar ligeiramente o risco em alguns pacientes e isso precisa ser avaliado com cuidado", alerta a especialista.

Dra. Solange Sanches, vice-líder do Centro de Referência em Tumores de Mama do A.C.Camargo
Dra. Solange Sanches, vice-líder do Centro de Referência em Tumores de Mama do A.C.Camargo
Foto: Divulgação / Estadão

Sintomas mais comuns

"Um câncer de mama inicial não é perceptível pela pessoa. Quando falamos de sinais e sintomas, geralmente estamos falando de uma doença em fase mais avançada. Nesse caso, podem aparecer alterações na mama, como um caroço, mudanças na textura da pele, um vermelhão que não some, modificações assimétricas de um dos seios, entre outras", reforça a líder do Centro de Referência em Tumores de Mama do A.C.Camargo Cancer Center.

"É vital que toda mulher esteja atenta às mudanças corporais - daí a importância de conhecer o próprio corpo. Vários sinais e sintomas podem ocorrer e, uma vez identificados, é preciso procurar um médico. Isso é ainda mais importante se a mulher tiver menos de 40 anos, pois nessa fase ela ainda não começou seu rastreamento mamográfico", afirma a médica.

Para a Dra. Solange, o autoconhecimento é sempre importante, mas o ideal é tentar fazer o diagnóstico antes que seja perceptível no exame físico, ou seja, na mamografia. "Todo e qualquer sinal e alteração no corpo devem ser cuidados", reforça a especialista.

Câncer de mama em homens?

Sim, é possível, mas ele ocorre muito menos do que nas mulheres. E os homens não precisam fazer mamografia, mas manter uma rotina de autoconhecimento das mamas. "Se ele sentir algum caroço atrás do mamilo, deve procurar ajuda médica para checar o que pode ser, principalmente aqueles que tenham casos de câncer de mama na família", ressalta a dra. Fabiana.

A importância da mamografia

Um dos olhares mais importantes para o diagnóstico precoce é a mamografia. Trata-se de um exame radiológico, como de um raio X, que serve para a visualização do tecido interno da mama. Ele deve ser realizado anualmente por todas as mulheres com mais de 40 anos. "A mamografia é uma aliada fundamental na detecção precoce do câncer de mama", conta a dra. Solange Sanches.

Vale lembrar: quanto mais cedo o câncer for detectado, maiores serão as chances de cura. "A mamografia salva vidas, pois, ao identificar a doença em estágios iniciais, a taxa de cura pode ser superior a 96% e 97%. No entanto, se uma mulher aguardar até sentir um nódulo palpável, o tumor já terá atingido pelo menos 1cm a 1,5cm, o que reduzirá significativamente as chances de cura", completa a dra. Solange.

A qualidade do exame que fornece informações cruciais para o diagnóstico precoce depende da posição correta da mama e da compressão adequada. E isso pode gerar desconforto nas pacientes. Para amenizar essa sensação, a médica dá algumas orientações: "Evite fazê-lo logo antes do período menstrual, quando a mama está mais inchada e sensível; se sentir muita dor, tome um analgésico simples 30 a 40 minutos antes do exame e lembre-se de que o desconforto é temporário".

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A excelência de um Cancer Center

O A.C.Camargo é um Cancer Center, ou seja, oferece em um só lugar tudo de que o paciente oncológico precisa. Para isso, tem equipes especializadas em diferentes tumores, recursos tecnológicos, equipamentos avançados e protocolos para cada tipo

de câncer.

Quando um paciente entra na linha de cuidados, ele é avaliado por um grupo multidisciplinar, desde o diagnóstico até seu processo de reabilitação. Todo o plano terapêutico é compartilhado e decidido de forma colaborativa com esses especialistas, aumentando significativamente os resultados positivos para os pacientes.

"Dentro de um Cancer Center, todas as melhores práticas em relação a todos que estão cuidando e acolhendo a paciente são conhecidas e alinhadas. Vale destacar que todos os avanços terapêuticos disponíveis no Brasil para tratar o câncer de mama são oferecidos no A.C.Camargo. Temos os melhores tratamentos para todos os subtipos de câncer de mama", garante a dra. Fabiana.

Altas taxas de sobrevida

Toda a excelência do A.C.Camargo - cuja equipe reconhecida como referência mundial em oncologia publica artigos nas mais importantes publicações científicas em oncologia do mundo - traz resultados impressionantes de cura da doença.

As taxas de sobrevida de câncer de mama dentro da instituição passaram de 83,2% em 2000 para 93,6% em 2017, conforme relatos no Observatório do Câncer (https://accamargo.org.br/sobre-o-cancer/noticias/accamargo-cancer-center-lanca-observatorio-do-cancer).

"Nós atingimos as melhores taxas também porque recebemos muitos pacientes que chegam para nós em fase de diagnóstico mais precoce. O fato de entrarem com acesso ás melhores práticas desde o começo ajuda no aumento da sobrevida. Mesmo pacientes com doença metastática, que têm acesso a novas terapias e drogas, vivem mais tempo do que pacientes de estágios três e quatro fora do A.C.Camargo", revela a dra. Fabiana.

Para a instituição, é vital que cada paciente possa prosseguir sua jornada sem perder sua motivação e seus propósitos de vida. "O A.C.Camargo acredita na potência da vida, na capacidade da realização de sonhos. Aqui, todos os dias, fazemos todo o possível para tratar as pessoas com câncer, mas nossa missão é ir além, pois sabemos da importância da qualidade de vida para além do tratamento. E, por acreditar no poder da vida e na manutenção e realização dos sonhos mesmo nos momentos mais difíceis, vemos nesta corrida um pouco de tudo isso", acrescenta a líder do Centro de Referência de Tumores de Mama, dra. Fabiana Makdissi.

Visão 360° do tratamento

Para o A.C.Camargo, o padrão de tratamento para o câncer de mama deve reunir múltiplas especialidades médicas, bem como não médicas. "Na prática, o tratamento em 360° da instituição significa que todas as especialidades envolvidas na jornada do paciente têm uma proposta de tratamento que já foi pensada anteriormente com todas essas pessoas, incluindo o cirurgião, o oncologista clínico, o radioterapeuta e o patologista, entre outros profissionais. Todos trabalhando de forma integrada", revela a dra. Solange.

Outras especialidades importantes se agregam a esse grupo, como o fertileuta, para pacientes jovens que desejam preservar a fertilidade, o endocrinologista, para combater a obesidade, o psicólogo, educador físico, etc... "Mais recentemente, pensamos na reintegração do paciente na sociedade e na vida profissional, por exemplo, com orientações sobre como ele pode voltar ao trabalho e ser produtivo", completa a especialista.

Essa abordagem completa integrada à saúde, que envolve a colaboração de múltiplos profissionais no tratamento do paciente, desempenha um papel fundamental no aumento da sobrevida. "Quando a paciente está no A.C.Camargo para tratamento oncológico, também cuidamos de outras condições de saúde que ela possa ter, como diabetes ou hipertensão. Damos atenção integral à saúde da mulher, o que reduz as chances de se morrer de câncer".

Com relação à saúde mental do paciente, a abordagem 360° não se limita apenas a ele, mas também envolve sua família, cônjuge e filhos. "Fornecer orientações e suporte psicológico não apenas para a paciente, mas também para seu ambiente, é essencial para essa jornada", avalia a vice-líder do Centro de Referência em Tumores de Mama do A.C.Camargo

Inovações terapêuticas

Aliadas essenciais para o tratamento oncológico, as inovações terapêuticas têm evoluído muito e ajudado cada vez mais no processo de cura. Segundo a dra. Solange, em termos de novas terapias oncológicas, além da imunoterapia, um dos grandes avanços terapêuticos é o de pensar no tratamento do câncer não apenas com base nas características do tumor, mas também nas situações específicas das pacientes. "Por exemplo, 10% a 15% dos tumores de mama são hereditários, causados por mutações genéticas específicas. Quando existe essa mutação, a paciente é candidata a um tratamento que só funciona se ela tiver essa mutação", conta.

A especialista acrescenta à lista os Inibidores de Ciclina, indicados para pacientes cujos tumores respondem a hormônios. "Alguns estudos mostram que, em pacientes de alto risco, em uma abordagem preventiva, esses medicamentos podem ser usados para diminuir o risco de recorrência da doença", revela.

Além disso, em termos de medicamentos, também estão sendo desenvolvidos os chamados anticorpos conjugados à droga. "São medicações com um anticorpo ligado a uma quimioterapia. Esses anticorpos direcionam o tratamento preferencialmente a área onde se localiza o tumor. Isso aumenta sua eficácia e minimiza os efeitos colaterais. Temos três desses disponíveis para uso. Os dois mais recentes têm mostrado taxas de resposta significativas em pacientes com doença metastática, resultando em um aumento na sobrevida global", completa a dra. Solange.

A perda de cabelo, um efeito colateral comum da quimioterapia e frequentemente estigmatizante, pode ser motivo de preocupação para muitos pacientes. Por isso, o uso de toucas de resfriamento é uma estratégia eficaz. "A touca funciona resfriando o couro cabeludo a uma temperatura constante durante o tratamento. Isso ajuda a diminuir o fluxo sanguíneo na região do couro cabeludo, reduzindo a exposição dos folículos pilosos à quimioterapia e, assim, diminuindo a queda de cabelo", detalha a dra. Solange.

Para conhecer todas as ações do A.C.Camargo Cancer Center no Outubro Rosa, acesse: www.accamargo.org.br

Estadão
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