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Primeiros sintomas da erisipela não surgem na pele; entenda

A erisipela é uma infecção que afeta a pele, causada por uma bactéria que penetra o tecido cutâneo ou as mucosas

29 mai 2024 - 10h06
(atualizado às 23h02)
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Erisipela é uma infecção que afeta a pele, causada geralmente pela bactéria Streptococcus pyogenes do grupo A. A bactéria penetra a pele ou a mucosa através de um pequeno ferimento, como picada de inseto ou micose de unha. Os microorganismos se disseminam pelos vasos linfáticos e podem atingir o tecido subcutâneo e o gorduroso.

Primeiros sintomas da erisipela não surgem na pele; entenda
Primeiros sintomas da erisipela não surgem na pele; entenda
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

Fatores de risco

Quem explica é a cirurgiã vascular e angiologista da Venous, Camila Helena. De acordo com a médica, a erisipela não é altamente contagiosa. No entanto, alguns fatores de risco podem aumentar as chances de desenvolver a doença. São eles:

  • Feridas na pele: pequenos cortes, arranhões, úlceras ou picadas de insetos;
  • Condições de saúde: diabetes, insuficiência venosa, linfedema, obesidade e
  • doenças de pele crônicas como eczema ou psoríase;
  • Sistema imunológico enfraquecido: pessoas com sistemas imunológicos comprometidos, devido a doenças ou tratamentos médicos, são mais suscetíveis.

Sintomas da erisipela

Segundo a médica, antes mesmo de se manifestar na pele, a erisipela causa sintomas como febre alta (entre 38 e 40 graus), mal-estar, náuseas e inchaço, além de calor e dor na área afetada. Entre 24 a 48 horas após o início dos sintomas, o quadro pode evoluir com manchas no local.

"Entre 70% a 90% dos quadros de erisipela acometem os membros inferiores, 2% a 9%, os membros superiores, enquanto a erisipela facial é encontrada em apenas 6% a 19% dos casos", aponta a especialista.

Diagnóstico

O diagnóstico da erisipela é feito principalmente com base no exame clínico e na história do paciente. Conforme a médica, os passos típicos para o diagnóstico incluem:

  • Avaliação clínica: o médico examina a área afetada da pele, procurando sinais típicos de erisipela, como vermelhidão, inchaço, calor e dor. A borda da área infectada é frequentemente bem definida e elevada.
  • História do paciente: o médico pergunta sobre sintomas, início e progressão da infecção, possíveis fatores de risco (como feridas, picadas de insetos, condições médicas subjacentes), e histórico de infecções cutâneas anteriores.
  • Exames: embora não sejam sempre necessários, exames de sangue para avaliar infecção e o crescimento da bactéria podem ser realizados para confirmar o diagnóstico ou descartar outras condições, assim como exames de imagem como ultrassom e ressonância magnética podem auxiliar na avaliação da extensão da doença e complicações.

Tratamento

O tratamento da erisipela envolve principalmente o uso de antibióticos e medidas de suporte como:

  • Elevação da área afetada, pois manter a área infectada elevada pode ajudar a reduzir o
  • inchaço;
  • Analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar a dor e reduzir a inflamação;
  • Cuidados com a pele, como manter a pele limpa e hidratada;
  • Tratamento de condições subjacentes;
  • Controle de doenças crônicas, como diabetes, insuficiência venosa ou linfedema,
  • para reduzir o risco de recorrência.

Se a erisipela não for tratada adequadamente, várias complicações podem surgir, algumas das quais podem ser graves, alerta Camila. A cirurgiã vascular aponta principalmente:

  • Abscessos e celulite: a infecção pode se aprofundar na pele e nos tecidos subjacentes, resultando em celulite ou formação de abscessos;
  • Sepse: a bactéria pode entrar na corrente sanguínea, causando uma resposta inflamatória sistêmica grave conhecida como sepse, que pode ser fatal se não tratada rapidamente;
  • Linfangite e linfedema: a infecção pode se espalhar para os vasos linfáticos, causando inflamação e potencialmente levando a linfedema crônico em até 12% dos casos;
  • Necrose cutânea: a falta de tratamento adequado pode levar à morte do tecido infectado (necrose), exigindo intervenções mais invasivas, como desbridamento cirúrgico;
  • Trombose venosa profunda: pode estar associada entre 1 a 5% dos pacientes;
  • Infecção recorrente: sem tratamento adequado, a erisipela pode se tornar uma condição recorrente, levando a infecções repetidas e crônicas.

"Para evitar essas complicações, é crucial buscar tratamento médico imediatamente ao notar os primeiros sinais de erisipela e seguir rigorosamente o regime de tratamento prescrito pelo médico", destaca a profissional.

Como prevenir a erisipela

Camila aponta algumas medidas preventivas que podem ajudar a evitar a erisipela. "Essas medidas focam principalmente na manutenção da saúde da pele e na gestão de fatores de risco", diz a profissional. São elas:

  • Cuidado com a pele: higiene, manter a pele limpa e hidratada para evitar rachaduras;
  • Tratamento de feridas: limpar e cobrir adequadamente qualquer corte, arranhão, picada de inseto ou úlcera para prevenir infecções.
  • Controle de condições subjacentes: como diabetes, insuficiência venosa, linfedema e obesidade.
  • Prevenção de infecções recorrentes: com o uso de antibióticos para prevenção de recorrência;
  • Manter boa circulação: evitar roupas apertadas e sentar ou ficar de pé por longos períodos sem movimento. 

"No caso de pacientes com insuficiência venosa crônica e linfedema, o uso de meias elásticas pode contribuir na prevenção da recorrência da erisipela", finaliza a médica.

Saúde em Dia
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