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Quais os riscos do remédio para dormir?

Os medicamentos do tipo 'benzodiazepínicos' podem acelerar o quadro de depressão

24 mai 2021 - 12h11
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Todas as possíveis causas precisam ser tratadas antes de iniciar o uso de medicações específicas
Todas as possíveis causas precisam ser tratadas antes de iniciar o uso de medicações específicas
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

O sono tem sido um motivo de preocupação devido à sobrecarga das tarefas do cotidiano e inseguranças. Com isso, grande parte das pessoas dormem menos e com uma qualidade de sono inferior. 

Entre as diversas técnicas com o objetivo de diminuir a insônia estão os medicamentos para dormir, também conhecidos como hipnóticos. Parece existir uma busca pela pílula mágica com a capacidade de fazer todos dormirem melhor e acordar dispostos na manhã seguinte, mas será que essa alternativa vale para qualquer pessoa?

Para esclarecer o assunto e entender quando é permitido o uso desse tipo de remédio, o SD conversou com o Dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião do Hospital Albert Einstein.

Quais são os perigos dos remédios para dormir?

Pode aumentar o risco de depressão do sistema nervoso central, ou seja, dificuldades para se manter alerta ou acordado fora do período em que gostaria de dormir. Falta de coordenação motora durante a manhã. Essas alterações são maiores com uma categoria de medicações conhecida como benzodiazepínicos, que também estão associadas ao risco de depressão respiratória que pode ser grave em pessoas com apneia obstrutiva.

Esses medicamentos não devem ser misturados com outras categorias de substâncias, como o álcool ou combinados com outras medicações que também causam depressão do sistema nervoso central.

Além disso, quando o paciente começa a tomar esse remédio por conta própria pode haver pensamentos anormais e alterações de comportamento, devido a algumas medicações causarem alucinações, agitações e alterações de memória.

Outro tipo de mudança é o sonambulismo, quando a pessoa faz atividades como andar, comer, ligar para alguém ou mesmo dirigir, mas, na realidade, não está completamente acordada. Isso também é mais comum em determinadas categorias de remédios, mas são consideradas perigosas, pois pode levar o indivíduo a machucar os outros e a si mesmo.

Para as pessoas que sofrem com depressão, esses transtornos depressivos podem aumentar, principalmente nos pacientes que já possuem o diagnóstico da doença. Portanto, é importante avaliar o quadro do paciente antes de prescrever esse tipo de medicação.

Segundo o Dr. Marcelo Valadares, o principal tratamento para a insônia não é medicamentoso. "O ideal é tentar identificar a causa da insônia. Ela pode ser causada por dores, ansiedade, ambiente inadequado, ou até mesmo, dificuldades respiratórias. Todas as possíveis causas precisam ser tratadas antes de iniciar o uso de medicações específicas para insônia. Mesmo os pacientes que não melhoram dessa forma, podem tentar uma técnica conhecida como terapia cognitiva comportamental (é uma forma de psicoterapia que se baseia no conhecimento empírico da psicologia)".

"É importante sempre investir na higiene do sono: hábitos que estimulam a dormir, ambiente propício, e eliminar elementos que levem a agitação, como uso de estimulantes como cafeína, substâncias como álcool, e telas (televisão e celular, por exemplo) na hora do sono", explica.

Vale ressaltar que alguns remédios para dormir afetam outros problemas de saúde como os transtornos psiquiátricos, mais comum quando inicia o uso incorreto do medicamento. É essencial conhecer o quadro clínico do paciente e selecionar uma medicação adequada, com a dose certa e acompanhar o caso, principalmente no período inicial de adaptação.

Consultoria: Dr. Marcelo Valadares, médico da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Saúde em Dia
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