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Quais vacinas são recomendadas para pessoas afetadas pelas enchentes?

Especialistas respondem principais dúvidas sobre vacinação para vítimas de enchentes e pessoas que enfrentaram esse cenário

23 mai 2024 - 10h06
(atualizado às 10h08)
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Resumo
As enchentes são um grave risco para a saúde, por isso, a vacinação é uma medida preventiva crucial. O infectologista Alberto Chebabo enfatiza que as principais vacinas recomendadas são a contra influenza, covid, hepatite A e tétano. O cardiologista Fábio Argenta destaca a urgência da população do Rio Grande do Sul afetada pelas enchentes tomar doses de reforço contra as cinco doenças e também a vacinação contra a dengue.
Foto: iStock

As enchentes são desastres naturais que causam não apenas danos materiais, mas também impactos significativos na saúde pública. Durante e após esses eventos, as condições de saneamento muitas vezes se deterioram, aumentando o risco de surtos de doenças infecciosas. Nessas circunstâncias, a vacinação se torna uma medida preventiva crucial para proteger a população afetada. 

O Terra Você conversou com o infectologista dos laboratórios Sérgio Franco e Bronstein, Alberto Chebabo, e com o cardiologista, sócio-fundador e diretor médico da Saúde Livre Vacinas, Fábio Argenta, para entender quais vacinas são recomendadas para pessoas afetadas pelas enchentes.

O infectologista Alberto Chebabo explica que as principais vacinas neste cenário são aquelas indicadas para infecções respiratórias, principalmente as vacinas contra:

  • Influenza, que combate o vírus da gripe;
  • Covid, cuja nova dose está chegando agora e deve ser indicada para a população prioritária quando estiver disponível;
  • Hepatite A, para algumas pessoas de grupo de risco. 

Caso a pessoa tenha sofrido cortes ou lesões na pele, o médico salienta a importância também da vacina de tétano para quem tem mais de cinco anos da última dose ou não sabe informar quando foi imunizado pela última vez.

Além disso, para aquelas pessoas que tiveram acidentes com mordedura de animais, principalmente durante resgates, também é recomendada a profilaxia com a vacina de raiva e, eventualmente, o soro antirrábico de acordo com a avaliação médica do risco.

O cardiologista Fábio Argenta destaca que o Ministério da Saúde orienta a população do Rio Grande do Sul afetada pelas enchentes a tomar doses de reforço contra as cinco doenças citadas e indica a vacinação contra a dengue.

Quais doenças podem ser desenvolvidas?

O infectologista diz que diversas doenças preocupam neste cenário, sendo as doenças respiratórias um dos principais alvos de alerta. “Em especial a Influenza, porque há uma aglomeração grande de pessoas em abrigos e estamos em uma estação fria, dois fatores que facilitam a transmissão do vírus da gripe”, explica o especialista. 

A segunda maior preocupação é a leptospirose, já que há uma exposição muito grande das pessoas à urina de roedores, principalmente em áreas alagadas. É importante lembrar que outros animais que também podem ser infectados pela bactéria Leptospira, como os cachorros, podem aumentar ainda mais esse grau de contaminação dos humanos ao urinar nas águas.

“Por isso, quadros de febre com dor no corpo precisam ser avaliados como uma possível leptospirose e devem ser tratados precocemente para evitar complicações”, indica Chebabo.

Doenças que emergiram devido as enchentes do Rio Grande do Sul Doenças que emergiram devido as enchentes do Rio Grande do Sul

Além disso, ainda existem riscos de doenças que provocam diarréia, já que a água distribuída pela rede pública pode ter sido contaminada em algum momento. 

“A dengue ainda é uma preocupação, mas como na situação do Rio Grande do Sul o tempo está muito frio, é pouco provável que haja a proliferação dos mosquitos que carregam o vírus”, diz o infectologista.  

Quem está com o quadro vacinal completo precisa repetir a vacina?

Chebabo explica que se a pessoa tem a informação de que recebeu a vacina recentemente, ela não precisa se revacinar. Por exemplo, se ela já tomou a dose deste ano da campanha de Influenza e tem como comprovar isso, ela não precisa se vacinar novamente. Porém, nos casos em que a pessoa não tem certeza ou não tem comprovação, é preciso vacinar.

“É importante sempre lembrarmos que a revacinação não traz problemas, mas deixar de vacinar pode prejudicar seriamente a saúde.”

O médico afirma que é mais seguro reaplicar a vacina em uma pessoa que não tem certeza se já recebeu aquela dose, do que deixá-la exposta a um cenário tão propício para essas doenças, como são as enchentes.

Existem contra indicações?

O infectologista conta que a única vacina contraindicada neste cenário é a de dengue, pois é uma imunização de vírus vivo atenuado e por isso, não pode ser aplicada em pacientes com algum grau de imunossupressão, pessoas acima de 60 anos e mulheres gestantes e lactantes.

“Para esse público específico não há a recomendação dessa vacina, mas é pouco provável que isso aconteça porque, por enquanto, a vacina da dengue só está disponível para uma faixa etária restrita de crianças e adolescentes”, conclui o especialista.

Fonte: Redação Terra Você
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