Quem deve tomar reforço da vacina de coqueluche? Proteção dura de 5 a 10 anos
A diminuição das taxas de vacinação nos últimos anos está contribuindo para o ressurgimento da doença; SUS vacina apenas crianças e grávidas
Os principais fatores de risco para coqueluche têm relação direta com a falta de vacinação. Ela é uma infecção respiratória, transmissível e causada por bactéria (Bordetella Pertussis), com a principal característica de causar crises de tosse seca.
A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da cidade de São Paulo emitiu alerta aos serviços de saúde público e privado sobre o aumento de casos de coqueluche no município. Este ano, entre janeiro e junho, já foram confirmados 105 casos da doença na capital paulista. Dos casos confirmados, observa-se maior concentração no público de 10 a 19 anos, que corresponde a 73 casos.
A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. De acordo com o Ministério da Saúde, em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes, mas isso é pouco frequente.
Quem deve tomar reforço da vacina?
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda que mesmo as crianças que já tiveram coqueluche sejam vacinadas, pois a proteção adquirida pela infecção não é permanente.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta vacina para crianças de até 6 anos, 11 meses e 29 dias e também uma dose específica para gestantes a partir da 20ª semana a cada gestação e profissionais de saúde que atuam em maternidades e em unidades de internação neonatal, atendendo recém-nascidos e crianças menores de um ano de idade.
O Ministério da Saúde ressalta que a imunidade não é permanente, após 5 a 10 anos, em média, da última dose da vacina, a proteção pode ser pouca ou inexistente. No entanto, a vacina para adultos não está disponível no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e é preciso buscar uma clínica particular para reforçar a dose.
Sintomas
Geralmente, os sinais e sintomas da coqueluche duram entre seis a 10 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso.
Os sintomas podem se manifestar em três níveis. No primeiro nível, o mais leve, eles são parecidos com o de um resfriado.
- Mal-estar geral;
- Corrimento nasal;
- Tosse seca;
- Febre baixa.
Esses sintomas iniciais podem durar até semanas, época em que a pessoa também está mais suscetível a transmitir a doença. No estágio intermediário da coqueluche, a tosse seca piora e outros sinais aparecem.
- Tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada;
- A tosse pode ser tão intensa que pode comprometer a respiração;
- A crise de tosse pode provocar vômito ou cansaço extremo.
Tratamento
O tratamento da coqueluche é feito com antibióticos, que devem ser prescritos por um médico especialista, conforme cada caso. É importante procurar uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e tratamento adequados, assim que surgirem os primeiros sintomas. As crianças, quando diagnosticadas com coqueluche, frequentemente ficam internadas, tendo em vista que os sintomas nelas são mais severos e podem provocar a morte.