Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Quimerismo: Brisa não é mãe de Tonho? Entenda

“Travessia” vai abordar condição rara do DNA em que indivíduo possui mais de um material genético

27 mar 2023 - 16h03
Compartilhar
Exibir comentários
Cena de Brisa em "Travessia"
Cena de Brisa em "Travessia"
Foto: Reprodução/ TV Globo

Novelas retratam problemas sociais, exploram diferentes culturas e — por que não — trazem conhecimento. Isso é o que fará "Travessia", novela de Gloria Perez atualmente no horário nobre da TV Globo, ao apresentar o conceito de quimerismo.

O termo científico se refere a uma condição genética rara que consiste na formação de apenas um indivíduo a partir de células com genomas diferentes.

"É uma condição que acomete humanos, mas também diferentes animais", inicia o médico Ricardo di Lazzaro Filho, mestre em Genômica Humana e CEO do Genera, laboratório de genética.

Ricardo di Lazzaro Filho, CEO do laboratório Genera
Ricardo di Lazzaro Filho, CEO do laboratório Genera
Foto: Divulgação

"Acontece quando um único indivíduo é formado por células com genomas diferentes. Normalmente, essas células levariam a dois indivíduos — era pra ser gêmeos —, mas durante o desenvolvimento embrionário, [as células] acabaram se juntando e formando uma única pessoa", completa.

Quimerismo deixa sintomas?

No folhetim, Brisa (Lucy Alves) só vai descobrir a condição após investigar a razão de seu DNA não ser compatível com o de seu filho biológico, Tonho (Vicente Alvite). Isso porque a dançarina nunca teve qualquer sinal do problema.

Segundo o médico, isso não é estranho, afinal, existem muitas pessoas que são quimeras e nem imaginam.

Outras expressam o quimerismo na pele. “Algumas pessoas que são quimeras têm a pele marcada de cores diferentes, ela é quase quadriculada. Imagina: eu tenho um irmão que tem o tom de pele mais claro que o meu. Se eu e ele [os embriões, no caso] formássemos uma quimera, essa pessoa poderia ter pedaços de pele vindas do meu genoma, que é um pouco mais escuro, e pedaços de pele vindos do genoma dele, que é mais claro”, exemplifica.

Além disso, um problema associado à condição em alguns indivíduos é a maior predisposição ao desenvolvimento de doenças autoimunes.

Brisa não é mãe de Tonho?

Antes de investigar a origem do problema, Brisa repetiu o exame de DNA achando que havia ocorrido um erro na primeira análise. Mas a segunda coleta, feita em outro laboratório, trouxe o mesmo resultado: pelo código genético analisado, ela e Tonho não poderiam ser mãe e filho.

Cena de "Travessia" com Brisa e Tonho colhendo o DNA
Cena de "Travessia" com Brisa e Tonho colhendo o DNA
Foto: Reprodução/ TV Globo

O médico afirma que isso ocorre porque o material utilizado no exame — da saliva — não corresponde ao do ovário da personagem.

"No caso da saliva, você coleta células da mucosa junto com células de defesa que ficam na estrutura. Se essas células tiverem sido desenvolvidas a partir de um genoma, e o ovário, cujas células vão dar origem à criança, sejam de outro genoma, sempre vai ser diferente", esclarece o mestre em Genômica Humana.

Lazzaro aponta que o mesmo poderia acontecer com uma pessoa que cometeu um crime e deixou seu material genético na cena. Se ao encontrar o indivíduo suspeito, o material colhido não for da mesma linhagem, ele não será considerado criminoso.

Mosaicismo e outras condições semelhantes

Embora seja o meio explorado na novela, o quimerismo não é a única condição em que um indivíduo possui mais de uma estrutura genética. O médico cita o mosaicismo, quando uma pessoa possui algumas células com estrutura genética diferente devido a alguma mutação durante o desenvolvimento embrionário.

“O ser humano parte de uma célula, que começa a se dividir. Em determinado momento, uma parte dessas células tem uma mutação genética ou perde um pedacinho de cromossomo. Aí, nesses casos, a pessoa vai ter algumas células ‘originais’ e outras com alterações”, indica o especialista.

Outra possibilidade, “muito mais comum”, é em caso de transplante de medula. Pessoas que passaram pelo procedimento podem ter dois genomas diferentes — o próprio e o do doador —, o que pode acarretar as mesmas complicações do quimerismo em análises de DNA.

Fonte: Redação Terra Você
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade