Rastreadores do vírus Nipah coletam amostras de morcegos e frutas na Índia
Especialistas se espalharam pelo Estado de Kerala, no sul da Índia, para coletar amostras de fluidos de morcegos e árvores frutíferas em uma região onde o mortal vírus Nipah matou duas pessoas e outras três estavam infectadas.
O Estado luta contra o quarto surto desde 2018 de um vírus para o qual não existe vacina e que se espalha através do contato com fluidos corporais de morcegos, porcos ou pessoas infectadas, matando até 75% dos infectados.
"Estamos testando humanos... e ao mesmo tempo especialistas estão coletando amostras de fluidos de áreas florestais que podem ser o foco da propagação", disse Veena George, ministra da Saúde do Estado, à Reuters.
Amostras de urina de morcego, excrementos de animais e restos de frutas foram coletados em Maruthonkara, o vilarejo onde vivia a primeira vítima, situada ao lado de uma floresta de 121 hectares que abriga várias espécies de morcegos.
Os morcegos frugívoros da região testaram positivo para o vírus Nipah durante um surto em 2018, o primeiro no Estado.
"Estamos em uma fase de hipervigilância e detecção", disse George, acrescentando que 77 pessoas foram identificadas como estando em alto risco de infecção.
Quase 800 pessoas foram testadas nas últimas 48 horas no distrito estadual de Kozhikode, com dois adultos e uma criança internados para observação após resultados positivos.
Repartições públicas, edifícios governamentais, centros educativos e instituições religiosas foram fechados em nove vilarejos do distrito, enquanto os transportes públicos foram suspensos na área de risco.
Os Estados vizinhos de Karnataka e Tamil Nadu encomendaram testes para visitantes de Kerala, com planos de isolar qualquer pessoa que apresente sintomas de gripe.
O vírus foi identificado pela primeira vez em 1999, durante um surto da doença entre criadores de suínos e outras pessoas em contato próximo com os animais na Malásia e em Cingapura.
O primeiro surto de Nipah em Kerala matou 21 dos 23 infectados, enquanto os surtos subsequentes em 2019 e 2021 mataram duas pessoas.