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'Rei e rainha da creatina': fábrica terceirizada é interditada no interior de SP

Contratada da Soldiers Nutrition não tinha licença para fazer suplementos alimentares, de acordo com reportagem exibida no 'Fantástico'; defesa diz que a 'produtos apreendidos nos estabelecimentos de terceiros não passaram por perícia'

1 dez 2024 - 19h32
(atualizado em 3/12/2024 às 22h57)
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Uma fábrica de creatina localizada em Jundiaí, no interior de São Paulo, foi interditada pela polícia por não possuir licença para fazer suplementos alimentares. De acordo com reportagem exibida pelo Fantástico, da TV Globo, a empresa fornecia o produto para a Soldiers Nutrition, de Yuri Silveira de Abreu e Fabiula de Arruda Freire, conhecidos como "rei e rainha da creatina". Policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil de São Paulo, já tinham apreendido no mês passado milhares de unidades de suplementos alimentícios da empresa durante cumprimento de mandados contra empresários.

À TV Globo, a defesa da Soldiers disse que a "investigação policial utilizou algumas reclamações infundadas". Os advogados alegam também que os "produtos apreendidos nos estabelecimentos de terceiros não passaram por perícia", e que "não existe laudo que questione a qualidade dos seus suplementos". A defesa diz ainda ainda que "empresários, funcionários e colaboradores foram injustamente prejudicados pela investigação".

Operação em SP apreende suplementos alimentares por suspeita de adulteração e associação criminosa.
Operação em SP apreende suplementos alimentares por suspeita de adulteração e associação criminosa.
Foto: Divulgação/Deic / Estadão

A Soldier tem fábrica própria, mas contrata também outras para atender a demanda de vendas. A suplementação da substância tem se tornado cada vez mais popular entre praticantes de atividade física e pessoas idosas, em busca de melhor desempenho físico e benefícios para a saúde.

Mensagens trocadas pelos líderes da Soldiers a que o Fantástico teve acesso mencionam alterações de qualidade nos produtos apontadas por clientes, como empedramento, presença de larva e teia de aranha dentro dos potes de creatina.

O Whey Protein vendido pela empresa também teria motivado reclamações de clientes, que teriam encontrado plástico e um pedaço de borracha semelhante a uma luva ou bexiga no interior da embalagem.

Na operação policial do início de novembro, agentes da vigilância sanitária apontaram ter encontrado "produtos impróprios para venda e consumo" e a falta de "dispositivos de proteção contra a entrada de pragas".

18 marcas vendidas no Brasil foram reprovadas

A lei estipula que o suplemento tenha no mínimo 80% de creatina pura.

A Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) avaliou em outubro 88 marcas vendidas no Brasil para medir o grau de pureza da substância - 18 foram reprovadas, sendo que dez não tinham nenhuma creatina na composição. Nesse teste, a amostra da Soldiers foi aprovada.

Estadão
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