Rinite viral ou alérgica? Saiba como identificar, prevenir e tratar cada uma delas
Assim como outras doenças respiratórias, os quadros de rinite se tornam mais frequentes no inverno. Médica mostra como prevenir o problema
A rinite está entre os problemas de saúde mais frequentes do inverno - seja ela viral ou alérgica. Aliás, ambos os quadros compartilham basicamente os mesmos sintomas: coriza, espirro e congestão nasal. No entanto, algumas particularidades fazem a diferença na hora de prevenir e combater a condição.
Segundo a Dra. Renata Moura Barizon, médica otorrinolaringologista e Coordenadora de Otorrinolaringologia da Associação Médica Fluminense, a rinite viral é bastante frequente nesta época do ano porque as pessoas tendem a ficar em ambientes fechados, com maior aglomeração, por conta do frio. "E aí, se tiver uma pessoa contaminada ali, um espirro ou uma tosse pode acabar dissipando o vírus para as outras pessoas que estão naquele ambiente", afirma a médica.
O quadro alérgico também é comum durante a estação por uma série de razões, aponta Renata. Seja por conta daquele casaco de frio que ficou muito tempo no guarda-roupas juntando poeira e ácaro, ou pelas condições de um destino de viagem de férias, como áreas de serra, que costumam ser regiões úmidas e acumular muito mofo. Já a rinite alérgica causada pelo pólen é uma exceção, pois é mais comum na primavera.
Rinite alérgica ou viral?
Assim como o quadro viral, o diagnóstico da rinite alérgica depende da história clínica do paciente. Isto é, se ele teve contato com poeira ou mofo, por exemplo. No caso da contaminação por vírus, geralmente o paciente indica ter tido contato com alguém que estava gripado ou resfriado.
Além disso, no quadro viral, além dos sintomas comuns, o paciente pode apresentar prostração, febre e outros sintomas virais, como diarreia ou vômito, aponta Renata. E seu tratamento, por sua vez, está associado ao tratamento da virose causadora da rinite.
Já a rinite alérgica não tem cura, mas tem controle, destaca a otorrinolaringologista. Suas principais causas são os ácaros, os fungos e o pólen - lembrando que a causa mais comum no Brasil é o ácaro, que está presente na poeira.
Como manter os ácaros longe
No caso da rinite alérgica, a principal forma de tratar a condição é com o controle ambiental. Isto é, evitar a exposição aos causadores de alergia. "Se é poeira, se é mofo, então tem que ser um ambiente limpo, arejado", destaca a profissional. A médica dá algumas dicas para manter o ambiente protegido dos ácaros:
- Realize a limpeza do ambiente com pano úmido, principalmente no chão;
- Evite usar espanador e vassoura, o que pode espalhar poeira;
- Evite usar carpetes e tapetes;
- Utilize uma cortina de fácil higienização, com material lavável ou persiana para limpar com pano úmido;
- Faça a limpeza do filtro do ar-condicionado no tempo adequado (a cada semana, com troca anual);
- Evite ventiladores, especialmente de teto, que acumulam muita sujeira e dificultam a limpeza;
- Se não puder evitar, prefira ventiladores de pé, e não coloque-o em direção a cabeça;
- Higienize as hélices dos ventiladores semanalmente;
- No caso de pacientes com rinite alérgica, utilize máscara para limpar os ambientes.
Além disso, a otorrinolaringologista destaca a importância de realizar a lavagem nasal. Mesmo sem nenhum sintoma, o recomendado é lavar as narinas com soro fisiológico de uma a duas vezes no dia. "Mas, se entrar em crise, lave mais vezes, de cinco a sete vezes ao dia, por exemplo. O que vai te orientar com relação à lavagem é a secreção: quanto mais secreção, mais lavagem tem que ser feita", afirma a médica.
Tratamento
Há ainda outras formas de combater a rinite alérgica. Conforme Renata, existe o tratamento medicamentoso, feito com anti histamínico, corticóide oral e corticoide tópico. A terapia deve ter prescrição médica.
Existe também o tratamento com vacina, indicado por um médico alergista. "Então, sempre que o paciente apresentar sintomas alérgicos, é importante fazer uma avaliação com o alergista para descobrir qual é a causa da sua alergia, e saber se para essa causa existe um tratamento com vacina", destaca a profissional.
Segundo ela, a opção com vacina é um tratamento de longo prazo, que leva de dois a três anos, mas que recupera o paciente por um longo período.