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Rio bate recorde de internações por dengue e prefeito declara epidemia da doença

Em todo o país, os números também são altos. São 43,7 mil casos registrados, com 24 óbitos confirmados e 163 em investigação

2 fev 2024 - 16h16
(atualizado às 17h28)
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Resumo
Rio de Janeiro bateu recorde de internações por dengue e foram registrados 10 mil casos só no mês de janeiro; no cenário nacional, são 43.7 mil casos e 24 óbitos confirmados.
Veja iniciativas que podem ajudar Brasil no combate à dengue
Veja iniciativas que podem ajudar Brasil no combate à dengue
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Rio de Janeiro atingiu, neste mês de janeiro, o recorde de internações por dengue na história do município. A informação foi dada pelo secretário de Saúde, Daniel Soranz, durante coletiva à imprensa promovida pela prefeitura, nesta sexta-feira, 2, para anunciar um plano de contingência contra a epidemia de dengue vivida pela cidade.

Segundo Soranz, 362 pessoas foram internadas apenas neste mês. Com relação ao número de infectados, o secretário disse que só em janeiro a quantidade se aproxima do registrado em todo ano anterior.

"A gente vê o limite superior bem marcado, muito acima do que esperávamos. E isso configura uma situação epidêmica. Temos um aumento do número de casos sustentado na série histórica, com repercussões nas clínicas dos pacientes e na rede assistencial. Também para configurar epidemia é necessário que tenhamos o número de casos espalhados em mais de uma região da cidade. E isso acontece no município do Rio. Nos últimos 90 dias, a curva é ascendente, chegamos a ter, num único dia, 569 casos notificados", disse Daniel Soranz.

Confira abaixo alguns números da dengue no Rio:

  • Em janeiro, foram mais de 10 mil casos de dengue no Rio de Janeiro;
  • O valor representa uma taxa de incidência de 160,68 por 100 mil habitantes;
  • Durante todo o ano de 2023, foram 22.959 casos;
  • Em todo o país, os números também são altos. São 43,7 mil casos registrados, com 24 óbitos confirmados e 163 em investigação.

Os três estados com maiores taxas de ocorrência são o Distrito Federal, Minas Gerais e Acre. O estado do Rio de Janeiro aparece na sétima posição, com 17,7 mil casos da doença. A maior incidência está na população adulta, em especial nas faixas etárias de 30 a 39 anos e de 40 a 49.

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O prefeito Eduardo Paes pediu colaboração da população para diminuir os focos de mosquitos da dengue.

"A absoluta maioria dos casos a pessoa pega em casa ou perto do local onde mora por absoluto descuido com a história de água parada. Estamos apresentando as medidas que vamos tomar, mas eu faço um apelo enfático à população de que não adianta só apontar o dedo para os governos ou culpar o mosquito. Nós, enquanto cidadãos, acabamos criando o ambiente propício para a proliferação da dengue", disse.

Medidas da prefeitura

A prefeitura anunciou algumas estratégias para o combate à dengue. Entre elas estão:

  • Criação do Centro de Operações de Emergência (COE-Dengue);
  • Abertura de dez polos de atendimento para a doença distribuídos por toda o município;
  • Dedicação de leitos para pacientes com dengue nos hospitais da rede municipal;
  • Uso de carros fumacê nas regiões com maiores incidências de caso;
  • Entrada compulsória em imóveis fechados e abandonados.

Na próxima segunda-feira, 5, o primeiro polo de atendimento para pacientes com dengue será inaugurado no CMS Raphael de Paula Souza, em Curicica, na Zona Oeste.

Vacina contra dengue

O Rio de Janeiro faz parte dos 521 municípios que vão receber e aplicar vacinas da dengue pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A imunização está prevista para começar neste mês de fevereiro, segundo anunciado pelo Ministério da Saúde.

Ainda haverá a definição de público e regiões prioritárias. No entanto, na primeira fase da imunização serão vacinados cidadãos de 16 estados e do Distrito Federal que possuem municípios que preenchem os requisitos para o início imediato da imunização.

Os estados são:

  • Goiânia;
  • Bahia;
  • Acre;
  • Paraíba;
  • Rio Grande do Norte;
  • Mato Grosso do Sul;
  • Amazonas;
  • São Paulo;
  • Tocantins;
  • Roraima;
  • Espírito Santo;
  • Rio de Janeiro;
  • Paraná;
  • Minas Gerais;
  • Santa Catarina.

Inicialmente, os lotes da Qdenga serão destinados para os municípios que possuem mais de 100 mil habitantes e altas taxas de transmissão da doença nos últimos dez anos. A Qdenga, que será aplicada pelo SUS, demonstrou ser eficaz contra três sorotipos da dengue: o DENV-1 em 69,8% dos casos; o DENV-2 em 95,1%; e o DENV-3 em 48,9%.

Não foi possível avaliar a eficácia da vacina da dengue para o DENV-4, pois haviam poucos casos de dengue causados por esse sorotipo. Esses dados foram divulgados pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim).

Quem pode tomar a vacina da dengue?

Na primeira fase, a vacina da dengue será oferecida apenas para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Esse grupo foi escolhido pois esta é a faixa etária que apresenta maior risco de agravamento da doença.

Porém, a Qdenga é indicada para pessoas dos 4 aos 60 anos, desde aqueles que já tiveram dengue até aqueles que nunca foram infectados — ao contrário da Dengvaxia, que é recomendada apenas para pessoas que já foram infectadas com o vírus da dengue.

A Qdenga não é recomendada para os seguintes grupos:

  • Pessoas com mais de 60 anos;
  • Possui alergia a algum dos componentes da vacina;
  • Possui o sistema imunológico comprometido;
  • Possui alguma condição imunossupressora;
  • Gestantes e lactantes.

No caso Dengvaxia, disponível apenas na rede particular, ela também não é recomendada para pessoas acima dos 45 anos.

Fonte: Redação Terra
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