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Rússia aprova sua terceira vacina contra a covid-19

Produzida pelo Centro Chumakov, a CoviVac é feita de um coronavírus inativado

20 fev 2021 - 07h51
(atualizado às 09h54)
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Moscou - A Rússia aprovou neste sábado, 20, uma terceira vacina contra o coronavírus para uso doméstico, conforme disse o primeiro-ministro Mikhail Mishustin na TV estatal. Os testes clínicos em larga escala da vacina rotulada CoviVac, porém, ainda não começaram.

A vacina é produzida pelo Centro Chumakov, fundado em 1955 em São Petersburgo por Mikhail Chumakov, conhecido por seu trabalho com o cientista americano Albert Sabin no auge da Guerra Fria, que levou à produção da vacina contra a poliomielite amplamente utilizada.

O país já aprovou duas vacinas para covid-19, incluindo a Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya de Moscou - e seguindo uma abordagem semelhante de conceder aprovação antes de ver qualquer resultado de teste em estágio final. E uma segunda vacina, desenvolvida pelo Instituto Vector, centro de pesquisa em virologia e biotecnologia da Sibéria.

Sputnik V foi aprovado em agosto do ano passado e os testes em estágio final começaram somente em setembro. No mesmo mês, o país afirmou ter finalizado os testes clínicos da vacina do Instituto Vector.

A vacinação em massa foi lançada em dezembro, após resultados preliminares mostrarem que Sputnik V era 91,4% eficaz. Até então, de acordo com o ministro da Saúde Mikhail Murashko, mais de dois milhões de russos foram vacinados com pelo menos a primeira dose da vacina.

Diferente tipo de vacina

Ao contrário da Sputnik V, que usa um vírus frio inofensivo modificado que engana o corpo a produzir antígenos para ajudar o sistema imunológico a se preparar para uma infecção por coronavírus, a CoviVac é uma vacina de "virion integral", o que significa que ela é feita de um coronavírus que foi inativado ou despojado de sua capacidade de se replicar.

Sputnik V, a primeira vacina russa aprovada, utilizada em alguns países 
REUTERS/Agustin Marcarian
Sputnik V, a primeira vacina russa aprovada, utilizada em alguns países REUTERS/Agustin Marcarian
Foto: Reuters

"A vacina que desenvolvemos reflete toda a história da ciência das vacinas russa, bem como global", disse o diretor do Centro Chumakov, Aidar Ishmukhametov.

A vantagem, segundo o virologista Alexander Chepurnov, é que o CoviVac inclui todos os elementos do vírus, criando uma resposta imune mais ampla que provavelmente protegerá contra quaisquer variantes. No entanto, testar vacinas da Rússia contra variantes que surgiram no Reino Unido, África do Sul e em outros lugares ainda está em seus estágios iniciais.

O presidente Vladimir Putin ordenou na última segunda-feira, 15, que uma revisão das vacinas russas seja apresentada até 15 de março, avaliando sua capacidade de proteger contra as novas variantes.

Resultados até agora

Globalmente, um outro grande candidato à vacina, o Covaxin, da Índia pela Bharat Biotech, usa a abordagem "whole-virion".

"A vacina CoviVac é dada em duas doses, com 14 dias de diferença. Ela é transportada e armazenado a temperaturas normais da geladeira, de 2 a 8 graus Celsius", explicou a vice-primeira-ministra Tatiana Golikova em um briefing do governo em janeiro. De acordo com o governo, a nova vacina já foi testada em 200 pessoas entre 18 e 60 anos.

O teste em estágio inicial começou em 21 de setembro do ano passado, segundo o registro de ensaios clínicos estaduais. Não mostrou efeitos colaterais, incluindo nenhum aumento na temperatura. As primeiras 120.000 doses, no entanto, serão produzidas e liberadas para o programa nacional de inoculação, somenre em março. Em seguida, o Centro Chumakov produzirá cerca de meio milhão de doses por mês em suas plataformas.

A vice-primeira-ministra Golikova também anunciou neste sábado que a Rússia produzirá 88 milhões de doses de vacina no primeiro semestre deste ano, incluindo 83 milhões de doses de Sputnik V./REUTERS

Estadão
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