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São Paulo volta a atingir recorde de novos casos de coronavírus

Número desta quarta-feira é o segundo maior desde o início da pandemia

22 jul 2020 - 15h23
(atualizado às 21h05)
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Com quatro meses de pandemia do coronavírus em São Paulo e indicativos de chegada a um platô na evolução da doença, o Estado tornou a bater um recorde de novos casos confirmados da doença nesta quarta-feira (22), com mais 16.777 infecções. Há 439.446 pessoas com a covid-19 no Estado, que hoje computou mais 361 mortes, chegando a um total 20.532 óbitos.

O dado desta quarta-feira é o segundo mais alto em registro diário de casos. No dia 19 de junho, foram registrados 19.030 casos. Entretanto, naquela ocasião, houve um acúmulo no registro por três dias, dada uma falha em dias anteriores no e-SUS. Dessa forma, no dia 19, todos os casos confirmados foram lançados na mesma data como sendo confirmações das últimas 24 horas. Se não for considerado esse dia atípico, o dado desta quarta é o pior de registro em 24 horas desde o início da epidemia no Estado.

O novo secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, atribuiu o recorde a um aumento de testes para a detecção da doença, mas não deu dados sobre esse aumento. Nos portais do governo do Estado que dão informações sobre a pandemia, o dado mais recente é o da primeira semana de julho, em que foram feitos 18 mil testes em média por dia. No mês anterior, junho, haviam sido feitos 663 mil exames.

"Nós aumentamos sobremaneira o número de testes", disse Gorinchteyn. "A identificação de maior número de casos não significa obrigatoriamente uma piora estatística, mas uma maior testagem. É óbvio: se eu não testo, eu digo 'olha, melhorou, estamos melhores' e não é isso que se quer. Nós queremos testar, queremos identificar", afirmou.

João Gabbardo dos Reis, membro do Centro de Contingência contra a Covid-19 de São Paulo, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
João Gabbardo dos Reis, membro do Centro de Contingência contra a Covid-19 de São Paulo, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo / Estadão

O secretário executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, João Gabbardo, também atribuiu o resultado a dados ligados a testes. Ele afirmou que, entre domingo e esta quarta, o total de casos confirmados foi de 27 mil, dado menor do que da semana passada. "Nos mesmos quatro dias da semana anterior, tivemos 35 mil casos confirmados".

"Não nos preocupa esse número de ontem. Provavelmente deve ter saído um quantitativo de resultados dos laboratórios de dias que estavam com demanda reprimida e ontem saiu esse resultado. Então, na semana, os dados são melhores do que na semana passada", disse Gabbardo.

Segundo dados do governo do Estado, até a terça-feira, 21, o total de internações de pacientes nos sete dias anteriores por suspeita de covid-19 havia sido de 13.140 casos. Há duas semanas, no dia 7 de julho, o total dos sete dias anteriores havia sido de 12.627. Desta forma, as internações tiveram um aumento de 4%. O coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, o epidemiologista Paulo Menezes, afirmou que, além do coronavírus, chegamos na época do ano de clima seco, em que as doenças respiratórias em geral geram maior demanda por internações.

Secretaria fala em represamento de casos por instabilidade do sistema

Após a entrevista coletiva, a Secretaria da Saúde enviou nota em que afirma que o sistema de notificação de casos leves apresentou instabilidade técnica na última semana. Isso, diz a pasta, teria dificultado a inserção de dados por parte dos municípios. "A pasta prosseguiu com a extração diária dos dados disponíveis em sistema para divulgação à imprensa e toda a sociedade, sempre com a compromisso pela transparência. Assim, o dado de hoje, que aponta salto de 16 mil casos desde ontem, decorre desse represamento no processo de notificação", declarou a secretaria.

A pasta acrescentou que "os dados não significam um crescimento na velocidade da transmissão do coronavírus no Estado de SP, já que o acumulado de novos casos dos últimos sete dias apresentam queda de 10% comparado com os dados dos sete dias anteriores".

Estadão
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