Saúde aborta envio de vacinas extras para regiões em crise
Com o avanço da pandemia em várias regiões do país, Ministério da Saúde desistiu de plano de enviar doses extras da vacina contra a covid-19
BRASÍLIA - Com o avanço da covid-19 em todas as regiões do País, o Ministério da Saúde decidiu abortar o plano de enviar doses extras de vacinas aos Estados mais afetados pela covid-19. Desde janeiro a pasta vinha reservando 5% do total das unidades de imunizantes recebidas para reforçar locais em maior crise, como o Amazonas.
Em informe técnico sobre a campanha de imunização divulgado nesta terça-feira, 9, a Saúde disse que a reserva permitiu a vacina de pessoas com mais de 60 anos em Estados do Norte. "Em virtude do cenário epidemiológico com ascensão de casos de covid-19 em todas as Unidades Federadas do País, interrompeu-se a disponibilização do fundo estratégico (5%)", afirma o documento.
O ministério informou que fará a distribuição de mais 2,6 milhões de doses da CoronaVac. "O novo lote é destinado para vacinar trabalhadores da saúde, idosos entre 80 e 84 anos e de 75 a 79 anos. A previsão é de que as entregas ocorram a partir desta terça (09) e durante a quarta-feira (10), de forma proporcional e igualitária a todas as Unidades Federativas (UF)", disse a Saúde, em nota.
O ministério também afirma que Estados que receberam doses extras nos últimos meses e já conseguiram avançar na imunização destes grupos devem seguir aplicando as doses em idosos, conforme a ordem estabelecida pelo plano nacional de imunização.
Além destas doses que ainda serão enviadas aos Estados, o Ministério da Saúde já entregou 17,5 milhões de vacinas. São 4 milhões do modelo da AstraZeneca/Oxford, fabricadas na Índia, e 13,5 milhões do modelo CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac e entregue no Brasil pelo Instituto Butantan. O governo recomenda que metade dos lotes entregues da CoronaVac sejam reservados para a aplicação da segunda dose.
A Saúde espera que 30 milhões de doses sejam entregues neste mês, sendo 23,5 milhões da Coronavac; 3,8 milhões da AstraZeneca/Oxford, produzidas na Fiocruz, e 2,9 milhões da AstraZeneca/Oxford, obtidas por meio do consórcio Covax Facility.
O ministério ponderou que a entrega destas doses depende do cronograma de produção. Em informe técnico, a Saúde afirma que não há "confirmação" de cronograma de entrega das doses da Fiocruz. Em nota divulgada no seu site, porém, a pasta disse que as doses chegam em março.
A Fiocruz ainda aguarda a liberação do registro da vacina envasada no País. O laboratório entregou na segunda-feira, 8, dados dos lotes já fabricados para análise da agência e a expectativa é de que o aval da agência saia nos próximos dias.