Cárie e traumas são problemas bucais comuns em atletas

E são exatamente esses choques mais fortes (típicos de esportes considerados de contato) que causam os problemas bucais mais comuns em atletas: os traumas bucomaxilofaciais (boca, face e pescoço). “Por isso que a utilização dos protetores bucais individuais (feito sob medida por um cirurgião-dentista) é tão importante, eles podem evitar até 90% que das lesões”, diz Reinaldo Brito e Dias, professor de Odontologia do Esporte da USP e autor do livro “Odontologia do Esporte – Uma abordagem multiprofissional”.

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Além disso, um estudo desenvolvido pela Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos, mostrou que o uso de protetores bucais melhora a capacidade de agarrar e defender bolas em 67% dos homens e 93% das mulheres. Esse dado comprova que os protetores bucais não servem somente para aliviar trombadas, mas também para diminuir a tensão e o estresse que levam os atletas a pressionar a mordida, evitando o bruxismo e melhorando seu rendimento.  

Isotônicos podem ser um perigo

Outro problema bastante comum em esportistas é a cárie, causada principalmente pelo consumo excessivo de isotônicos esportivos. “As bebidas ingeridas pelo atleta podem alterar a flora oral (bactérias do bem) e os componentes dentais”, diz Reinaldo. Ou seja, o ph alto de algumas dessas bebidas pode acelerar a erosão dos dentes, o que causa cárie e sensibilidade dental. Recomenda-se que, após ingerir essas bebidas, o atleta faça um bochecho com água para que limpar os resquícios ácidos que ficam na boca.  

É fundamental que o atleta tenha o acompanhamento de um cirurgião-dentista para que ele trate de problemas como a cárie e suas possíveis inflamações, pois o incomodo e as dores que causam podem atrapalhar a concentração dos atletas, além de que, as bactérias orais acumuladas nesse tipo de doença dental, podem cair na corrente sanguínea e causar uma série de doenças mais sérias. “A saúde bucal está diretamente relacionada com a saúde geral do atleta. Este fato colabora para um perfeito equilíbrio orgânico permitindo que, quando exigido em seu limite, a resposta fisiológica seja positiva”, diz o especialista.