Chocolate pode prevenir a cárie, diz estudo japonês
Além de boas notícias, especialista conta como prevenir e explica como a doença pode prejudicar até o rendimento escolar das crianças
A cárie é uma doença que resulta da combinação entre placa bacteriana, dieta inadequada e higiene bucal falha. E, embora seja séria, é o distúrbio mais comum do mundo, perdendo apenas para o resfriado. Para acabar com essa “popularidade”, o Portal Terra reuniu cinco curiosidades que você provavelmente não sabe sobre a cárie, e que podem ajudar a acabar com ela.
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Chocolate pode prevenir cárie
Segundo um estudo japonês, feito pela Osaka University, uma parte do grão do cacau possui agentes anticárie. A pesquisa, feita em ratos, analisou dois grupos distintos; os que tomaram água com o extrato do cacau e os que a tomaram pura. Depois de três meses de uma dieta rica em açúcar, os animais que tomaram a água com extrato tinham 40% menos cárie do que o grupo da água pura. A Universidade pretende começar os testes em humanos o mais rápido possível.
Embora a notícia seja ótima para os chocólatras de plantão, ainda é preciso tomar alguns cuidados com o consumo dessa delícia. “As pessoas podem continuar comendo chocolate, desde que a ingestão não seja muito alta e que escovem os dentes após os comerem”, diz Fausto Medeiros Mendes, professor da Faculdade de Odontologia da USP com experiência em cariologia (ciência que estuda a dinâmica da cárie).
Mães podem transmitir cárie para seus filhos por meio do beijo
Na verdade, não é a cárie em si que pode ser transmitida da mãe para o filho e sim as bactérias relacionadas à doença. O fato de o bebê nascer com a boca estéril (sem nenhum micro-organismo) e com o sistema imunológico imaturo faz com ele não tenha as defesas necessárias para combater as bactérias que adultos carregam na saliva.
Porém, segundo Fausto, essa transmissão não é o maior problema. “Para evitar a cárie não devemos evitar essa transmissão, e sim trabalhar para que não ocorra um desequilíbrio na ecologia das bactérias que habitam naturalmente a cavidade bucal das pessoas, pois isso faz com que essas bactérias se proliferem e causem a cárie”. Esse desequilíbrio pode ser causado por uma escovação deficiente e com pastas sem flúor e pela ingestão frequente de doces e lanches entre as refeições.
Dentes de leite também podem ter cáries
Os dentes de leite têm uma composição muito parecida aos dentes permanentes. A única diferença é o tempo que são programados para ficarem na boca, que é menor. “No Brasil, mais de 50% das crianças até 5 anos apresentam pelo menos um dente de leite com cárie”, diz o especialista.
Crianças com cárie podem ter baixo rendimento na escola
Isso porque, com dor de dente, causada por uma cárie não tratada, a criança não consegue ter uma boa noite de sono e acaba não conseguindo se concentrar de dia. Além disso, por causa da dor, ela fica agitada e acaba não se alimentando direito. “A cárie dentária comprovadamente afeta a qualidade de vida das crianças e seus familiares”, diz Fausto.
A cárie pode estar com os dias contados
Um estudo publicado pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences revelou ter decifrado o segredo da placa bacteriana. Segundo a pesquisa, as bactérias causadoras da cárie produzem uma substância chamada glucansucrase para transformar o açúcar em uma espécie de “cola açucarada”, ficando mais fácil de grudar nos dentes e formar a placa bacteriana e a cárie.
Baseados nisso, os pesquisadores pretendem produzir inibidores dessa substância e inseri-lo em pastas de dentes ou até mesmo doces. Porém, enquanto essa descoberta não é viabilizada, prevenir a cárie é a melhor opção. “O ideal é consultar o dentista pelo menos uma vez ao ano, para que o profissional possa fazer exames detalhados e intervir em possíveis processos de cárie antes que grandes danos sejam causados aos dentes”, diz Fausto.