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É uma boa ideia limpar a chupeta do bebê com a nossa boca?

Pesquisa sueca diz que prática ajuda a proteger o organismo das crianças contra algumas doenças. Especialistas brasileiros discordam

21 mar 2016 - 08h00
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Mentalizem a seguinte situação, um bebê está com sua chupeta na boca e, de repente, ela cai no chão. Qual seria a melhor forma da mãe limpar o objeto: 1.lavando na torneira, 2.usando algum produto específico ou 3. limpando com própria boca? Segundo uma pesquisa sueca, a resposta certa seria a número três. 

A conclusão veio de uma pesquisa feita pela Universidade de Gotemburgo, na Suécia, que analisou a saliva de 184 bebês durante vários momentos até os seus três anos de idade. Os cientistas também fizeram questionários aos pais quanto a forma como eles costumavam limpar a chupeta de seus filhos. 

Segundo um estudo sueco, crianças cujas chupetas são limpas com a saliva de seus pais têm uma maior variedade de bactérias benéficas à saúde no organismo
Segundo um estudo sueco, crianças cujas chupetas são limpas com a saliva de seus pais têm uma maior variedade de bactérias benéficas à saúde no organismo
Foto: tankist276 / Shutterstock

Os resultados mostraram que as crianças cujas chupetas eram limpas com a saliva dos pais tinham uma maior variedade de bactérias benéficas ao organismo e por isso, podiam estar mais protegidas contra algumas doenças. Tanto que elas apresentaram cerca de 30% menos riscos de ter eczema, um tipo de alergia comum em crianças até 18 meses, em comparação a crianças que tinham suas chupetas higienizadas de outra forma. 

Os pesquisadores também constataram que os pais que limpam a chupeta de seus bebês com a boca não transmitem mais doenças ou infecções, como gripes e resfriados. O estudo mostrou que a média de 1,5 resfriado que as crianças costumam pegar durante os primeiros seis meses foi a mesma independentemente da maneira como os pais higienizavam as chupetas.

Outro lado da moeda

Com base nessa pesquisa, fomos conversar com alguns especialistas aqui do Brasil e observamos uma postura contra a limpeza da chupeta com a própria saliva. 

Apesar do resultado do estudo sueco, Adriana Mazzoni, odontopediatra e autora do blog “Agora Mãe”, acha melhor evitar essa forma de limpeza da chupeta, pois o bebê nasce sem sistema imunológico e com a boca estéril. “A saliva da boca da mãe já tem uma flora bacteriana formada e talvez até alguma doença como a cárie, por exemplo, que pode começar a colonizar na boca da criança, caso ela seja susceptível”, diz a especialista. 

Para Renata Sampaio, também odontopediatra, não é só limpar o chupeta com a boca que pode trazer esse tipo de problema para a criança. “Beijar o bebê nos lábios ou dividir talheres com eles também é uma forma de expor a criança às doenças para as quais seu sistema imunológico não está preparado para enfrentar como coqueluche, herpes e gripes”, diz a especialista. 

Outras formas de higienização

Quem prefere evitar o problema pode higienizar as chupetas das crianças de outra forma. Adriana sugere que as mães as fervam por pelo menos três minutos antes do primeiro uso e toda vez que julgar que elas precisam ser limpas. “Hoje em dia há ainda chupetas que vem com um esterilizador próprio que pode ser usado no micro-ondas e fazem super bem essa função”, diz a especialista. 

Quanto a hora certa de trocar as chupetas, Adriana revela que tudo depende da idade da criança, da frequência de uso e do número de vezes que ela costuma cair no chão. “Para bebês com menos de seis meses elas devem ser trocadas toda vez que caírem no chão de ambientes que possuem grande fluxo de pessoas. A partir dessa idade, a troca pode ser feita a cada 3 a 6 meses dependendo da frequência com que cai no chão ou quando a mãe observar a deterioração do material de confecção da chupeta (o silicone costuma mudar de cor)”, diz a especialista. 

Fonte: Terra
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