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Esporte: problemas bucais fazem rendimento diminuir até 21%

Odontologia do esporte ajuda performance de atletas e evita problemas de má oclusão, respiratórios e infecções bucais

13 mai 2015 - 08h00
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A parceria entre dentista e atleta permite a prevenção e o tratamento eficaz de problemas bucais, de traumas típicos de esportes de contato e, principalmente, evita que infecções ganhem proporções grandes e acabem prejudicando a saúde e o desempenho dos atletas.

Segundo Dagmar de Paula Queluz, coordenadora do curso de especialização em Odontologia do Trabalho e Desportiva, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (UNICAMP), o rendimento de um atleta pode diminuir até 21% por causa de problemas relacionados aos dentes. 

“Entre esses problemas estão a má-oclusão dental e as infecções (gengivite e canais não tratados). Ambos podem provocar problemas de mastigação, dificultando o aproveitamento da energia dos alimentos, fundamental para a vida dos atletas”, diz a especialista. 

Essas infecções, se não tratadas, podem, ainda, levar bactérias pela corrente sanguínea até algumas partes do corpo do atleta, causando mais que um simples desconforto. A endocardite bacteriana, por exemplo, é uma doença provocada por esses microorganismos, que afeta as válvulas e os tecidos do coração, podendo levar à morte.

Problemas de respiração bucal e ausência dental também podem atrapalhar o atleta. “O esforço extra que o atleta que respira pela boca faz para puxar o ar pode comprometer seu desempenho de uma forma geral. Já no caso de falta de dente, se houver ausência em apenas um lado da boca, a pessoa pode forçar demais o outro lado, causando problemas de ATM (articulação-temporomandibular)”, diz Dagmar. 

Má-oclusão dental e as infecções podem provocar problemas de mastigação, dificultando o aproveitamento da energia dos alimentos
Má-oclusão dental e as infecções podem provocar problemas de mastigação, dificultando o aproveitamento da energia dos alimentos
Foto: Corepics VOF / Shutterstock

Até não escovar os dentes pode atrapalhar

Na verdade, o simples fato de o esportista não cumprir com os cuidados básicos para uma boa higienização bucal pode prejudicar dias de treinamento. “Um atleta com uma saúde bucal frágil tem mais chance de ter lesões e para se recuperar delas”, diz a especialista. 

Vulnerável e com dores, o esportista ficará incapacitado de oferecer seu melhor desempenho em competições. “Manter a saúde bucal em dia com uma escovação frequente, o uso do fio dental e de raspadores linguais ajudam a manter o corpo saudável e melhoram a integridade física, mental e sensorial de qualquer pessoa”, diz Dagmar. 

 Importância dos protetores bucais

A National Youth Sports Foundation, dos Estados Unidos, entidade dedicada aos estudos e à prevenção de traumas esportivos, afirma que todo atleta envolvido em uma atividade esportiva de contato físico tem até 10% de chance, durante uma temporada, de sofrer lesão facial. 

“Esse tipo de modalidade aumenta o risco de quebras, rachadura nos dentes, fratura de próteses, ferimentos em tecidos moles bucais e danos à raiz dos dentes. Mas tudo isso pode ser evitado com o uso de protetores bucais que permitem que o atleta exerça essas atividades com segurança”, diz a especialista. 

Os protetores bucais podem ser personalizados atendendo a anatomia e as necessidades de cada esportista. Eles devem ser usados na arcada superior e inferior, embora na de cima sejam mais comuns. “São exemplos de esportes de contato que precisam desses protetores o basquete, futebol, judô, karatê, handebol, MMA, entre outros”, diz Dagmar. 

Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
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